Reinserção Social e Combate à Pobreza Menstrual: Presídios Femininos Confeccionam Absorventes
No Brasil, busca-se enfrentar a pobreza menstrual entre estudantes da rede pública com uma proposta inovadora: a produção de absorventes higiênicos por mulheres privadas de liberdade. A iniciativa é fruto da colaboração entre a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e a SED (Secretaria de Estado de Educação), e foca na distribuição de produtos a alunas carentes, especialmente aquelas de comunidades indígenas e quilombolas, além de jovens que cumprem medidas socioeducativas.
A produção ocorrerá dentro de presídios femininos, aproveitando a infraestrutura e os equipamentos já instalados pelo Programa Dignidade Menstrual, que foi ativado este ano com o apoio da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais). A ação busca garantir não apenas o acesso a itens de higiene essenciais, mas também valorizar as habilidades das internas, proporcionando-lhes capacitação profissional e a possibilidade de remição de pena.
Em uma reunião recente, o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, e o coordenador de Políticas Específicas para a Educação da SED, professor Alfredo Neto, discutiram o andamento do projeto. Ficou definido que a Secretaria de Educação será responsável pelo fornecimento dos insumos necessários para a confecção dos absorventes. O objetivo é expandir a ação, beneficiando estudantes em vulnerabilidade social em todo o estado.
Atualmente, cerca de 30 internas estão engajadas na produção nos presídios femininos de Campo Grande, Rio Brilhante e Corumbá. Com a previsão de expansão para o presídio de Ponta Porã no próximo mês, o projeto promete fornecer uma solução criativa e impactante para um problema social significativo.
Rodrigo Maiorchini enfatizou que essa iniciativa representa um avanço na promoção da dignidade das mulheres e na reintegração social das pessoas privadas de liberdade, destacando o compromisso de Mato Grosso do Sul com políticas públicas que buscam inclusão e transformação social.
A parceria entre a Agepen e a SED também planeja explorar novas ações voltadas à população carcerária, como atividades culturais e esportivas, que ocorrerão no contraturno escolar. Essas iniciativas serão desenvolvidas inicialmente em três unidades prisionais da capital, com o objetivo de serem implementadas como um projeto-piloto ainda este ano.
Participaram da reunião também a diretora de Assistência Penitenciária da Agepen, Maria de Lourdes Delgado Alves, a chefe da Divisão do Trabalho, Elaine Alencar, a chefe da Divisão de Educação, Rita de Cássia Argolo Fonseca, e outros membros da equipe responsável pela execução do projeto.
Essa ação demonstra um esforço conjunto para abordar questões de dignidade, educação e reintegração social, transformando a realidade de muitas mulheres e garantindo um futuro mais justo para as jovens em situação de vulnerabilidade.
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