A recente saída de Fernando Justus Fischer do cargo de COO (Diretor Executivo de Operações) do SBT, anunciada na noite de segunda-feira (17), gerou grande repercussão e especulações nos bastidores da emissora. O cenário se tornou ainda mais complicado com a chegada do empresário Rinaldi Faria, empresário por trás da famosa franquia de palhaços Patati Patatá e pastor evangélico, que desde novembro atua como consultor da presidência do SBT.
Fischer, que tem uma longa trajetória na emissora, amigo pessoal da atual presidente do SBT, Daniela Abravanel Beyruti, ocupava o cargo de COO há apenas 99 dias, embora tenha sido um membro importante da equipe por 27 anos. No entanto, após sua saída, ele foi designado para uma nova função como diretor de relações institucionais e novos negócios do Grupo Silvio Santos.
O tempo de mando de Fischer no SBT foi bastante curto. Desde sua ascensão ao cargo de COO, Rinaldi Faria começou a exercer influência significativa sobre as operações da emissora, emitindo ordens que, em muitos casos, pareciam deslocadas, como chamadas em horários inusitados para discutir detalhes de vestuário de apresentadores.
Além disso, Faria fez uma série de intervenções nas grades de programação, incluindo a proibição do uso de gruas em telejornais e críticas a quadros populares, como Se Beber, Não Fale, do programa Sabadou. Em uma virada de eventos, no dia seguinte ao anúncio de Fischer, Faria não hesitou em demitir alguns colaboradores e trazer novos talentos, enquanto implementava cortes de custos na organização.
Em uma nota oficial, o SBT afirmou que a mudança representava um “novo capítulo” na carreira de Fernando Fischer, que estava voltando a uma função em que já havia atuado anteriormente. Segundo a comunicação da emissora, sua experiência é considerada essencial para a organização, especialmente em um momento em que novas operações estão sendo lançadas. As funções de Fischer no canal foram transferidas para Daniela Beyruti, a fim de assegurar a continuidade das operações enquanto Faria continua a desempenhar seu papel como consultor.
Por outro lado, a tentativa de comunicar a “promoção” de Fischer e a permanência de Rinaldi Faria não foi suficiente para apagar as especulações sobre a dinâmica de poder na emissora, que agora parece ter um novo “todo-poderoso” em Faria.
Além de Fischer, o SBT também despediu Lucas Gentil, um diretor de programas que atuava como diretor artístico desde a saída de Fernando Pelegio, ocorrida em setembro de 2023. Gentil, que tinha a confiança da presidente da emissora, não conseguiu se manter após a série de insucessos na programação.
Um fator que pode ter contribuído para a queda de Fischer é o desempenho financeiro da emissora em 2024, que, segundo rumores, pode indicar um prejuízo significativo. Daniela Beyruti, em busca de melhorias, realizou uma pesquisa interna para avaliar a percepção dos funcionários sobre os executivos, e os resultados sobre Fischer não foram bem recebidos.
Nos corredores do SBT, circula uma teoria de que a saída de Fischer poderia preparar o terreno para a entrada de um novo super-executivo, sendo muitos os rumores envolvendo J.B. Oliveira, conhecido como Boninho, ex-Globo.
Esse episódio destaca a contínua reorganização dos bastidores do SBT e levanta questões sobre o futuro da emissora em meio a uma concorrência acirrada e as demandas de um público em constante mudança. A intervenção de Rinaldi Faria e a reestruturação interna, somadas ao clima de incerteza sobre a liderança, representam um novo desafio para o SBT em sua busca por relevância e eficiência no mercado televisivo.
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