A geração Alpha, composta por indivíduos nascidos entre 2010 e 2024, já está fazendo ondas no mercado de beleza brasileiro. Embora ainda não tenham poder de compra, essa nova geração demonstra ser extremamente conectada e informada, estabelecendo suas preferências em relação a produtos de skincare.
“Crianças e pré-adolescentes de hoje crescem acompanhando influenciadores, assistindo a vídeos no YouTube, TikTok e utilizando outras redes sociais nas quais o skincare é um tópico recorrente. Além disso, há uma crescente valorização da autoestima e da saúde da pele desde cedo, o que incentiva esse público a buscar conhecimento e produtos que atendam suas necessidades”, explica o dermatologista Luiz Romancini, co-fundador da Creamy.
Recentemente, a marca lançou o Sérum Facial Pro-Adapaleno, pioneiro no Brasil como um antiacne formulado com adapalenato, um retinoide de terceira geração, indicado a partir dos 12 anos. “A acne é um problema bastante comum nessa fase, por isso desenvolvemos nosso primeiro produto focado no tratamento da acne juvenil, que atua de forma eficaz no controle desse problema, sem agredir ou ressecar a pele”, diz o médico.
Romancini também enfatiza que a pele jovem é sensível e ainda está em desenvolvimento, tornando essencial evitar ativos com ação muito agressiva. “Nessa fase, o foco deve estar em uma limpeza suave, hidratação adequada e proteção solar, utilizando produtos formulados especificamente para peles jovens.”
Inovação no Skincare Infantil
Essa preocupação com a saúde da pele infantil levou a Skin Therapy Dermocosméticos a desenvolver a primeira linha de skincare direcionada a crianças no Brasil, lançada no final de 2024. “Essa decisão surgiu da escuta atenta aos pais e dermatologistas, que expressaram preocupação com o aumento do consumo de produtos de cuidados com a pele por jovens. Esse fenômeno, impulsionado pelas redes sociais, não tinha sido abordado até então no Brasil com uma linha específica para esse público”, comenta a CEO Deni Haut.
A linha é composta por Sabonete Glicerinado, Bruma Splash Hidratante, Sérum Mousse Hidratante e Balm Labial de Morango, focando na saúde e no bem-estar. Esses produtos visam a prevenção e a manutenção da barreira cutânea delicada das crianças, sendo recomendados a partir dos cinco anos. “Optamos por essa faixa etária porque, nesse momento, a criança já desenvolve uma maior consciência sobre o corpo e pode entender melhor os conceitos de autocuidado. Criamos uma linha que vai além da funcionalidade, com formulações lúdicas e sensoriais, despertando o interesse e ajudando a construir uma relação saudável com o cuidado da pele desde cedo”, conclui Haut.
Espaço no Mercado de Skincare
A marca Jus Beauty também tem se destacado na categoria infantil, lançando há alguns meses sua linha KIDS. “Identificamos um espaço ainda pouco explorado: produtos com formulações seguras e respaldo dermatológico, alinhados à simplicidade e à rotina infantil”, afirma a fundadora Elle Ferraz.
A Jus KIDS foi lançada com uma espuma de limpeza e um sérum de hidratação, direcionada para crianças a partir de sete anos. “Nessa idade, a pele já está um pouco mais madura, mas nos certificamos de remover elementos que pudessem causar sensibilização, como fragrâncias e ativos muito potentes”, explica.
Ferraz destaca que a geração Alpha cresce em um ambiente extremamente conectado e consciente. “Elas já influenciam os hábitos de compra das famílias e buscam marcas com propósito, transparência e segurança. Isso exige que o mercado se adapte em termos de linguagem, inovação e ética.”
Como ressaltado pela CEO da Skin Therapy, “essa nova geração está pronta para transformar o futuro do skincare e, em poucos anos, será a maior parte dos consumidores ativos.” No entanto, ela acredita que muitas marcas brasileiras podem hesitar em entrar nesse segmento. “Estamos falando de um público extremamente exigente, que demanda um olhar clínico e cuidadoso. A complexidade envolvida, desde a escolha de matérias-primas de alta qualidade até a estrutura logística e o suporte clínico continuado, pode elevar significativamente os custos de produção, o que pode não ser viável para muitas marcas”, conclui.
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