A Orientação de Bolsonaro para os Atos de 16 de Março
Na última segunda-feira, 24, o ex-secretário de Comunicação Social do governo Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, utilizou sua conta no X (antigo Twitter) para divulgar uma orientação direta do ex-presidente. Segundo Wajngarten, Bolsonaro, juntamente com o pastor Silas Malafaia, determinou que os atos planejados para o dia 16 de março sejam centralizados em um único evento, a ser realizado no Rio de Janeiro.
“Qualquer chamamento diferente é oportunismo político de quem não acolhe os pedidos do presidente”, destacou Wajngarten em sua mensagem.
A decisão de concentrar os protestos no Rio de Janeiro foi motivada por preocupações do ex-presidente. Ele teme que manifestações em outros estados possam se descontrolar e, consequentemente, ser utilizadas contra ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista ao portal Claudio Dantas, Bolsonaro comentou: “no ‘after day’, quando estoura, sempre estoura no meu colo”.
O STF está prestes a julgar uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta Bolsonaro como líder de uma suposta trama golpista com o objetivo de dissolver o Estado democrático de direito. A denúncia inclui outras 33 pessoas.
Em relação aos atos programados para o dia 16, com foco na praia de Copacabana, o tema principal será “Fora Lula 2026”, além de pautas como “Anistia Já”, liberdade de expressão, segurança e custo de vida. Bolsonaro espera reunir cerca de um milhão de manifestantes no evento carioca.
No entanto, nem todos concordaram com a decisão do ex-presidente de unificar os protestos. Enquanto os atos em Belo Horizonte (MG) e Goiânia (GO) foram cancelados, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se pronunciou a favor da realização do evento na Avenida Paulista, em São Paulo. “Estarei tanto em Copacabana pela manhã, atendendo a convocação de nosso presidente, como na Paulista”, anunciou.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que esteve à frente da mobilização em Minas Gerais, usou a mesma plataforma para comentar sobre o cancelamento das atividades na capital mineira. “Como eu não estava organizando a manifestação [em BH], não tinha o poder de cancelar, somente de apoiar. Até então, estava mantida. Agora, não mais, pelo que soube”, disse.
Em Goiânia, o anúncio do cancelamento veio do deputado Gustavo Gayer (PL-GO), que afirmou: “Devemos concentrar esforços para o Rio de Janeiro.”
No mesmo dia, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usou o Instagram para convocar os apoiadores a participarem das manifestações em Copacabana, escrevendo: “Pessoas de bem, juntas pelo futuro do Brasil.”
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