Sanções à Rússia: Líderes Mundiais Reafirmam Compromisso em Cimeira de Paris
Recentemente, a cimeira de líderes globais realizada no Palácio do Eliseu, em Paris, resultou em deliberações que marcam um novo estágio no apoio à Ucrânia e na pressão sobre a Rússia. Diante de um cenário global de incertezas e tensões, as decisões dos chefes de Estado refletem a determinação de manter firme a posição de apoio à Ucrânia, ao mesmo tempo em que se articula um plano contínuo para o conflito. Dentre as principais resoluções, as sanções à Rússia e o envio de uma delegação militar europeia para a Ucrânia se destacam.
A discussão mais esperada da cimeira, que contou com a presença de 31 países, resultou em um consenso firme: é preciso intensificar as sanções contra a Rússia. O presidente francês, Emmanuel Macron, enfatizou que “não pode haver levantamento de sanções antes que a paz seja estabelecida”. Essa perspectiva foi compartilhada por todos os líderes presentes, incluindo Volodymyr Zelensky, que reforçaram a importância de manter a pressão econômica sobre o governo de Vladimir Putin. O intuito é ampliar as restrições que afetam a capacidade industrial e a frota russa, sem abrir mão da diplomacia e da busca por uma solução pacífica.
Apesar de movimentos por parte de alguns países, como os Estados Unidos sob a administração de Donald Trump, que discutem a revisão de sanções, a coesão entre os 31 países presentes se mostrou vital para a procura de um acordo de paz. A mensagem que predominou ao final do encontro é clara: é hora de intensificar as sanções impostas ao Kremlin para garantir que o mesmo compreenda a gravidade de seu isolamento econômico e político.
França e Reino Unido: Envio de Delegação Militar para a Ucrânia
Além das sanções, a cimeira abordou o envio de apoio militar direto à Ucrânia. Macron anunciou, em parceria com o Reino Unido, que uma delegação militar deverá chegar à Ucrânia “dentro de dias”. O principal objetivo é colaborar diretamente com as Forças Armadas ucranianas na definição de futuros planos e estratégias.
A equipe, composta por representantes desses dois países, focará na preparação do “formato das forças armadas ucranianas”, conforme afirmou o presidente francês. Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, confirmou que esse grupo liderará a coordenação dos esforços entre os países participantes. “Essa é uma força destinada a desencorajar e transmitir a Putin a mensagem de que esse acordo será defendido”, destacou Starmer.
Contudo, o primeiro-ministro britânico também ressaltou que a questão do envio de tropas para a Ucrânia dependerá de uma votação no parlamento inglês, indicando que, por ora, o foco está na transformação das discussões políticas em planos operacionais. Macron, por sua vez, mencionou que, em caso de um tratado de paz duradouro, uma força de segurança europeia poderá ser formada, envolvendo “vários países” da União Europeia para garantir apoio a longo prazo à Ucrânia.
Essa força não substituíra tropas de manutenção de paz nem atuará nas linhas de frente do confronto. A ideia é que a equipe se posicione em áreas estratégicas, fortalecendo a segurança do país sem interferir diretamente nos combates em andamento. O presidente francês também expressou expectativa sobre o envolvimento de Washington, embora se preparasse para a possibilidade de uma ausência direta dos Estados Unidos.
Antes de encerrar o encontro, Macron, Starmer e Zelensky conduziram uma reunião bilateral, que o presidente ucraniano descreveu como extremamente positiva para os interesses de Kiev. “Tivemos uma reunião bilateral muito boa, e isso foi fundamental para nós, para os ucranianos e para mim pessoalmente”, afirmou Zelensky, destacando a sinergia entre EUA, Reino Unido e França como “aceleradores” do processo de paz.
Apoio de Portugal à Ucrânia
Além das ações das potências maiores, Portugal também se mobilizou durante a cimeira. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou uma autorização de até 205 milhões de euros para apoiar a Ucrânia com equipamentos militares. Esse investimento visa fortalecer as capacidades das forças ucranianas, permitindo-lhes não apenas continuar a luta, mas também garantir a segurança no pós-conflito.
Montenegro revelou que, enquanto se realizava a cimeira, o governo português discutia a ajuda a Kiev em Lisboa. “A despesa no valor de 205 milhões de euros destina-se a equipar as Forças Armadas ucranianas, assegurando a dissuasão necessária para a segurança de Ucrânia e Europa”, explicou o primeiro-ministro à imprensa após o encontro.
Ele também enfatizou a importância da colaboração no contexto da União Europeia e da OTAN, destacando que o apoio à Ucrânia reflete um compromisso com uma paz justa e duradoura, com a inclusão ativa da Ucrânia nesse processo.
Sobre a possibilidade de envio de militares para a Ucrânia dentro de um futuro acordo de paz, Montenegro afirmou que essa será uma discussão em andamento, enfatizando que medidas de dissuasão e segurança devem ser consideradas. “Portugal não ficará de fora desse esforço, mas ainda estamos longe dessa fase decisiva”, concluiu o primeiro-ministro.
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