Em um dos epicentros da relojoaria mundial, os gigantes da indústria, como Rolex, Richemont (responsável pela Cartier) e Patek Philippe, se reúnem para a Watches and Wonders, que acontece em Genebra, Suíça. O evento promete muitas novidades e deve influenciar as tendências da indústria relojoeira global para o ano de 2025.
Ao todo, 60 marcas de relógios apresentarão suas criações, entre elas, Chanel, Hermès e LVMH.
Entre as novidades, destaca-se a Bvlgari, que faz sua estreia no salão Palexpo ao lado de outras seis marcas independentes. A famosa joalheria se junta ao seleto grupo de marcas do conglomerado francês que já é presença garantida na feira, como TAG Heuer, Hublot e Zenith.
Essa estreia é estratégica: a partir de amanhã, Jean-Christophe Babin, diretor da Bvlgari, assumirá a divisão de relógios da LVMH, substituindo Frédéric Arnault, que agora lidera a Loro Piana.
As tendências de relojoaria para 2025
A Watches and Wonders gera uma onda de expectativa, com marcas independentes já anunciando novos modelos antes do início oficial do evento. Por outro lado, as grandes empresas do setor respeitam um embargo que limita a divulgação até o começo da feira.
Especialistas estão começando a delinear as tendências que poderão ser vistas nos estandes. Segundo a jornalista especializada Tracey Llewellyn, em artigo para a Revolution Watch, há uma expectativa de que as marcas se voltem para modelos emblemáticos e clássicos, muito procurados por colecionadores que buscam construir um “portfólio” de relógios significativo. “Essas peças são ícones que trazem segurança e clareza em tempos de incertezas”, afirma Llewellyn.
Isso não significa que a inovação fique de lado. Com o aumento no preço do ouro, não é impensável que marcas como Louis Vuitton, Hublot e Rado explorem novos materiais, como a cerâmica e o titânio.
Uma tendência em ascensão, especialmente com a crescente participação de compradoras mulheres, é a integração entre joalheria e relojoaria. “Relógios cravejados de gemas, para ambos os gêneros, estão ganhando destaque, com designs elaborados e movimentos intrincados, tornando-se grandes estrelas em eventos glamourosos”, destaca a especialista Ming Liu.
A situação atual do mercado de relógios
No universo do luxo, a exclusividade é a essência da Watches and Wonders, que abre suas portas ao público em geral apenas em três dos sete dias do evento. Nos demais, apenas convidados, jornalistas e revendedores têm acesso às exposições.
Para ter acesso ao crème de la crème da relojoaria suíça e internacional, é necessário desembolsar pelo menos 50 francos suíços (aproximadamente R$ 323).
No ano anterior, o evento recebeu um número recorde de visitantes, totalizando 49 mil, impulsionando a pequena Genebra, tanto dentro, quanto fora do centro de exposições Palexpo.
Além das mostras e conferências no centro, a cidade organiza uma programação paralela em lojas, hotéis e ruas durante a feira. Batizada de “In the City”, essa imersão inclui tours guiados e workshops.
Dentro do salão principal, o objetivo é proporcionar uma experiência rica em história e cultura relojoeira. A exposição do fotógrafo suíço Fred Merz, “Longitude 0º”, se dedica ao meridiano de Greenwich, um marco essencial no padrão de tempo global.
No auditório, as palestras abordam temas como a descoberta de novos talentos, a participação feminina na relojoaria, desafios e perspectivas do mercado de relógios de segunda mão, além da inserção das artes mecânicas relojoeiras como patrimônio cultural imaterial da UNESCO.
Como um termômetro do setor, a Watches and Wonders de 2025 ocorre em um contexto de queda nas exportações da relojoaria suíça. O segmento de alta relojoaria foi fundamental para sustentar o mercado no último ano, onde relógios acima de 50.000 francos suíços (R$ 323 mil) representaram 84% do crescimento em 2024, apesar de corresponderem a apenas 1,2% do volume total de vendas.
Aprofunde-se nesse assunto lendo esta reportagem.
* Com informações de Monochrome Watches e da Revolution Watch.
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