Aos 60 Anos e Além: Descubra Por Que a Felicidade Aumenta na Terceira Idade e os Relatos Inspiradores dos Idosos

Uma pesquisa recente, o Ipsos Happiness Index 2025, trouxe à tona uma interessante descoberta: a partir dos 60 anos, muitas pessoas experimentam um aumento na satisfação com a vida. O estudo, que envolveu quase 24 mil participantes em 30 países, sugere que a trajetória da felicidade ao longo da vida segue uma “curva em U”. Ou seja, a felicidade seria alta no início da vida adulta, passaria por um período de insatisfação e, em seguida, ressurgiria na terceira idade.

Rafael Lindemeyer, estatístico da Ipsos, ressalta que, ao atingirem os 60 anos, as pessoas de hoje estão em uma condição muito melhor em comparação com aqueles de três décadas atrás. Essa nova fase de vida é marcada por uma capacidade maior de desfrutar plenamente das experiências. Contudo, é importante destacar que a pesquisa focou em indivíduos de classe média e alta, o que pode distorcer os resultados, já que a falta de recursos financeiros é um elemento significativo que impacta a felicidade.

Por que a felicidade aumenta após os 60 anos?

Especialistas apontam que a chave para a felicidade nessa fase da vida está em encontrar um “sentido” nas experiências diárias, especialmente após a crise da meia-idade. No levantamento da Ipsos, 75% das pessoas acima de 60 anos declararam-se felizes, o que evidencia a relevância das relações familiares e da capacidade de controle sobre a própria vida. A pressão que o mercado de trabalho exerce diminui, permitindo que outros aspectos que favorecem a felicidade prevaleçam.

Renata Rivetti, consultora especializada no tema, menciona que a maturidade traz uma clareza sobre o que é realmente significativo, reduzindo a necessidade de agradar aos outros. Esse fator resulta em um vínculo de pertencimento e conexões mais intensas, elementos fundamentais para o bem-estar emocional.

Quais fatores contribuem para a infelicidade na juventude?

Em contraste com os idosos, os jovens enfrentam desafios cada vez mais complexos. Investigações recentes indicam que muitos deles estão vivendo uma espécie de “crise de meia-idade” antes dos 30 anos, especialmente em sociedades ocidentais. A intensa competição no mercado de trabalho e a busca incessante por gratificações instantâneas, frequentemente impulsionadas pelas redes sociais, têm gerado um estado crescente de insatisfação.

Daniel Duque, economista do FGV Ibre, sugere que a dificuldade em ingressar no mercado de trabalho e a competição com profissionais mais experientes são questões que impactam negativamente a juventude. Além disso, a falta de propósito e a solidão, intensificadas pelas interações pela internet, constituem desafios cruciais que os jovens enfrentam atualmente.

Felicidade é maior depois dos 60 anos e idosos explicam o motivo
Idosos sorrindo (Créditos: depositphotos.com / VitalikRadko)

Como as mudanças familiares afetam a felicidade?

A diminuição das taxas de natalidade e o aumento de lares unipessoais poderão influenciar o futuro da felicidade. Segundo a pesquisa Ipsos, as relações familiares são um dos pilares da satisfação pessoal. Com famílias menores, novas formas de socialização e de construir comunidades poderão assumir um papel fundamental no bem-estar.

Rivetti afirma que o conceito de família pode se expandir, incluindo amigos e comunidades mais amplas. A importância das conexões humanas para o bem-estar é inegável, e adaptar-se a novas formas de relacionamento será crucial para manter a felicidade nas próximas gerações.

O papel do dinheiro na felicidade

Os dados da pesquisa Ipsos confirmam que questões financeiras desempenham um papel central na infelicidade. A teoria de Maslow indica que as necessidades básicas precisam ser atendidas antes que se busque um propósito maior na vida. Contudo, ter dinheiro não é sinônimo de felicidade. As relações interpessoais e o sentimento de pertencimento são igualmente relevantes.

Nos países da América Latina, onde as dificuldades financeiras são comuns, a valorização das relações pessoais e das pequenas alegrias pode também explicar os níveis relativamente altos de felicidade. A habilidade de estabelecer conexões e compartilhar momentos significativos é uma característica cultural que contribui para o bem-estar, mesmo diante de desafios econômicos.

Leia a matéria na integra em: www.tupi.fm

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