Os Desafios Financeiros das Assinaturas de Streaming no Brasil em 2024
Com a constante valorização de serviços de streaming, cada vez mais brasileiros sentem o impacto no bolso. Em 2024, as plataformas de streaming aumentaram suas tarifas em 10,9%, um índice que supera mais do que o dobro da inflação nacional, que fechou o ano anterior em 4,8%. Esses dados mostram que adquirir arroz e feijão no supermercado pode ser mais econômico do que passar uma tarde maratonando séries ou filmes nas plataformas digitais.
Essas informações foram coletadas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pelo Economia Real, um novo projeto lançado pelo Notícias da TV que busca simplificar o economês para pessoas físicas e empreendedores de pequeno e médio porte.
Para ilustrar essa realidade, o preço do arroz teve um aumento de 8,2% no último ano, enquanto o feijão carioca/rajado apresentou uma queda de 8,5%. Outros produtos alimentícios, como o café moído (39,6%), o azeite de oliva (21,5%) e o óleo de soja (29,2%), tiveram altas ainda mais expressivas.
Os especialistas consultados pelo Economia Real atribuem esse aumento nas tarifas das plataformas digitais à valorização do dólar e às reestruturações nas empresas de mídia. Alexandre Miserani, professor de Economia do Centro Universitário UniArnaldo, destaca: “Acredito que esses valores possam ser revisados a médio prazo, principalmente porque os streamings estão perdendo assinantes, o que torna a operação inviável no país. Estamos falando de custos significativos de transmissão, direitos autorais e produção de conteúdo. Contudo, esses negócios precisam ser amplamente aceitos para se viabilizarem.”
A alta do dólar em 2024 foi de 27,3% no Brasil, e como a maior parte dos custos das plataformas de streaming é em dólar, ajustar os preços das mensalidades tornou-se uma alternativa comum.
“Esse aumento está sendo discutido no setor, pois se os serviços ficarem muito caros, uma parte dos consumidores pode desistir das assinaturas, forçando as plataformas a repensarem suas estratégias de preços”, afirma Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação.
Outra estratégia pode ser a inclusão de mais publicidade nos aplicativos, funcionando como uma nova fonte de receitas para as empresas. Atualmente, serviços como Netflix, Globoplay, Disney+ e Max já incorporam “intervalos comerciais” em suas programações. A partir de abril, o Prime Video também passará a exibir comerciais entre os programas.
“Com certeza ficou caro! Muitos usuários assinam mais de um serviço e é importante lembrar que essa conta tornou-se tão relevante que faz parte da cesta de inflação”, ressalta Igreja.
Mais de 30 Milhões de Pessoas Pagam por Serviços de Streaming
Se um consumidor brasileiro deseja assinar os serviços de Netflix, Globoplay, Disney+, Prime Video e Max, precisará desembolsar pelo menos R$ 121,50, considerando os pacotes mais baratos de cada plataforma. Em fevereiro de 2022, esse custo era de R$ 108,50 para o mesmo conjunto de serviços.
Apesar do aumento nos preços, 31,1 milhões de brasileiros estavam contratando serviços de streaming em 2023, conforme dados mais recentes do IBGE. Miserani observa que as plataformas têm se tornado essenciais na rotina dos assinantes, muito além de um simples lazer.
“Esses serviços atendem toda a família e podem até substituir atividades como ir ao cinema ou sair com amigos, devido ao custo mais acessível. Além disso, muitos utilizam o streaming não apenas para se entreter, mas também para complementar estudos ou acessar documentários“, enfatiza o professor.
Com esse cenário, Arthur Igreja oferece algumas dicas para aqueles que buscam economizar nas assinaturas:
- A primeira dica é verificar com que frequência você usa cada serviço de streaming.
- Procure alternativas como o Amazon Prime e o Mercado Livre, que oferecem descontos ao assinar serviços adicionais.
- Considere a intersecção de serviços: por exemplo, ao assinar o Prime, você também tem acesso ao Amazon Music, o que evita a necessidade de manter outra assinatura, como Apple Music ou Spotify.
Este e outros textos poderão ser encontrados no Economia Real, o novo site de finanças e negócios do Notícias da TV que será lançado em breve. Inscreva-se na newsletter do Economia Real para ficar por dentro das novidades!
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