Aumentos de Tarifas sobre o Aço nos EUA Devem Impactar Fortemente o Brasil, que Exporta US$ 6 Bilhões do Produto

Impacto das Tarifas de Trump sobre o Setor Siderúrgico Brasileiro

Durante seu primeiro mandato, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implementou tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio. Ao longo do tempo, ele foi negociando cotas específicas para países como Canadá, México e Brasil. No entanto, ao final de seu governo, Trump decidiu estabelecer barreiras mais rígidas para os produtos siderúrgicos brasileiros, numa tentativa de angariar o apoio de estados-chave. Naquele momento, o governo de Jair Bolsonaro aceitou essas taxas, alinhando-se ao aliado norte-americano, embora isso não tenha garantido a reeleição de Trump.

Exportações de Aço: Uma Relação Bilateral Estratégica

Dados recentes revelam que o setor siderúrgico é fundamental nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 11,4 bilhões em produtos de ferro e aço, dos quais 48%, totalizando US$ 5,7 bilhões, foram para os EUA. No setor de alumínio, o Brasil registrou exportações de US$ 1,6 bilhão, sendo 16,8% desse total, ou US$ 267,1 milhões, destinados ao mercado norte-americano, conforme um relatório da Câmara de Comércio Brasil-EUA.

Segundo o documento, investigações relacionadas à segurança nacional levaram à imposição de tarifas adicionais no primeiro mandato de Trump para alguns produtos de aço e alumínio. Essas medidas resultaram em uma sobretaxa de 10% sobre o alumínio e em limites de exportação para o aço, impactando significativamente o Brasil, que é um dos principais fornecedores desses produtos aos Estados Unidos. O foco das restrições recaiu principalmente sobre os bens semimanufaturados de aço.

Além disso, os produtos semi-acabados de ferro ou aço se destacam como o segundo tipo mais exportado pelo Brasil para os EUA. Em 2024, as exportações nesta categoria alcançaram a marca de US$ 3,5 bilhões.

Consequências e Perspectivas

A imposição das tarifas e as barreiras comerciais estabelecidas por Trump geraram preocupação entre os exportadores brasileiros, que observaram o impacto direto em seus volumes de venda e na competitividade no mercado norte-americano. A estratégia de preços e a negociação de cotas refletem a complexidade e a interdependência que caracterizam o comércio internacional, especialmente entre nações que compartilham uma longa história de intercâmbio comercial.

À medida que novos governos assumem o comando e as políticas comerciais mudam, muitos se perguntam sobre o futuro das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A necessidade de adaptação às novas políticas e às variações nas tarifas será um dos desafios enfrentados pelos exportadores brasileiros no setor siderúrgico nos próximos anos.

A relação econômica entre os dois países permanece crucial, e o desempenho do Brasil no setor siderúrgico continuará a ser monitorado atentamente, tanto por especialistas quanto por autoridades governamentais, à medida que buscam novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento no cenário global.

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