Na sua mais recente visita ao Brasil, Christina Aguilera trouxe consigo a vibração de 25 anos de carreira e um repertório que conquista gerações. O espetáculo aconteceu no último sábado (8), durante o festival CarnaUOL, realizado no Allianz Parque. Este evento marca o segundo show solo da cantora no país, trazendo de volta ao palco uma artista que fez sua jornada desde o icônico programa “Clube do Mickey” na década de 1990.
Com mais de uma hora de apresentação e 12 minutos de atraso na sua entrada, Aguilera encantou a plateia com uma mistura de sucessos e novos lançamentos. O cenário estava recheado de referências brasileiras exibidas em telões, criando uma atmosfera de celebração e conexão com o público. Ao longo do show, a artista trocou de look seis vezes, exibindo sua versatilidade enquanto navegava por diferentes sons, incluindo as baladas de seus álbuns como Christina Aguilera (1999), Bionic (2010) e Liberation (2018), assim como o estilo jazz do Back to Basics (2006) e as melodias íntimas do Mi Reflejo (2000).
A cantora, que tem raízes latinas, incluiu canções em espanhol durante a apresentação, refletindo uma busca por reconectar-se com a herança de seus pais. Recentemente, Aguilera lançou uma tríade de EPs que exploram esse aspecto de sua identidade, trazendo uma profundidade renovada à sua arte. Em entrevista à Folha em 2022, ela comentou sobre sua transformação pessoal e artística: “Tendo sido mãe, tendo a carreira que tive, tendo meio que feito as pazes com meu passado… há muito mais camadas em relação ao que quero fazer e falar”.
Durante sua performance, Aguilera expressou seu amor pelo Brasil, agradecendo aos fãs: “Brasil, eu te amo. Meus fãs, meus fighters! Obrigado por estarem comigo em momentos de alta e baixa na minha carreira. Vocês são especiais”, exclamou do palco, reforçando a conexão que mantém com seu público brasileiro.
O setlist incluiu hits como “Dirrty”, “Can’t Hold Us Down”, “Genie in a Bottle”, além de canções em espanhol como “Santo” e “Falsas Esperanzas”. Embora muitos sucessos tenham sido apresentados, alguns, como “Your Body”, ficaram de fora da apresentação. O domínio vocal de Aguilera ainda impressiona, mantendo a potência e a qualidade que a tornaram famosa aos 18 anos. Contudo, a apresentação seguiu um formato mecânico, com transições rápidas entre os blocos de canções, enquanto seus dançarinos entretinham o público durante as trocas de figurino.
Entre os momentos mais animados, destaco a presença do funk que marcou uma das transições, incorporando vídeos virais como “Oh Garota Eu Quero Só Pra Mim” de Zé Felipe e Oruam, além de “Sequência Striptease”, de Pedro Sampaio.
Os shows no Brasil marcam o início de um novo ciclo na carreira de Aguilera, que passou o ano anterior em uma turnê pelo Japão e em uma residência em Las Vegas. A artista demonstrou um cuidado especial em adaptar seu espetáculo à cultura local, engajando-se com o público brasileiro e criando uma atmosfera festiva com bandeiras do Brasil e figurinos vibrantes.
No ano passado, o Brasil também recebeu outras divas do pop, como Mariah Carey e Madonna, que trouxeram seus legados musicais a palcos brasileiros. Embora cada artista tenha seu estilo único, as escolhas de Aguilera foram um reflexo da sua busca por criar um espetáculo imersivo e divertido.
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