Cientistas Buscam Explicar o Crescimento das Taxas de Autismo Até Setembro

Estados Unidos Definem Prazo para Identificação da Causa do Autismo

Nesta quinta-feira (10), o secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., anunciou que o governo americano estabelecerá um prazo até setembro para identificar a causa do autismo. A declaração marca um momento de expectativa em meio a inquietações que persistem entre cientistas há várias décadas.

Os diagnósticos de autismo nos EUA têm apresentado um aumento considerável desde o ano 2000, o que levou a um crescente temor da população. A taxa de autismo entre crianças de 8 anos atingiu 1 em 36, ou 2,77%, em 2020, um incremento significativo em relação aos 0,66% registrados em 2000, conforme os dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

“Com a sua liderança, teremos uma resposta até setembro. Estamos lançando uma pesquisa abrangente que envolverá centenas de cientistas de várias partes do mundo”, declarou Kennedy durante uma reunião no gabinete do presidente Donald Trump.

Kennedy afirmou que o governo está empenhado em descobrir as causas do “que é uma epidemia de autismo” e expressou o desejo de eliminar eventuais exposições que possam estar relacionadas ao aumento das taxas. Apesar do otimismo, a diretora de marketing da Sociedade de Autismo da América, Kristyn Roth, levantou dúvidas sobre a viabilidade do prazo estabelecido.

Roth considerou a caracterização do aumento dos casos de autismo como uma epidemia “incrivelmente irresponsável e profundamente preocupante”. Essa terminologia não apenas fomenta o medo, mas também pode estigmatizar a comunidade autista. “O autismo é uma condição de desenvolvimento que afeta as pessoas de diversas maneiras ao longo da vida”, afirmou.

Em fevereiro, Trump anunciou a criação da Comissão “Torne a América Saudável Novamente”, que, sob a liderança de Kennedy, examina questões como as taxas de autismo, asma em crianças e a prescrição de medicamentos para TDAH e outras condições.

Durante a reunião, Trump expressou a crença de que “deve haver algo artificial por aí” que contribui para o aumento do autismo. Ele também previu que a apresentação dos resultados seria um momento importante, enfatizando a relevância do tema.

A pesquisa sobre os fatores genéticos e ambientais que podem estar por trás do autismo já é realizada há décadas, mas as causas exatas permanecem amplamente desconhecidas. Especialistas relatam que a ampliação das definições de autismo e o aumento na conscientização e na facilidade de diagnóstico são fatores que, em grande parte, explicam o crescimento das taxas nos EUA.

Recentemente, um estudo de grande escala revelou uma ligação entre diabetes gestacional e um risco elevado de problemas neurais em crianças, incluindo o autismo. Apesar da controvérsia associada a ele, Kennedy tem defendido uma relação desmentida entre vacinas e autismo. Em uma declaração à Fox News, ele afirmou que a investigação será ampla e englobará variáveis como sistema alimentar, qualidade da água e do ar, além de métodos de educação infantil, todos considerados possíveis agravantes dessa “epidemia”.

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