No dia 21 de março, celebramos o Dia Mundial da Poesia, uma data criada pela UNESCO em 16 de novembro de 1999. O principal objetivo dessa comemoração é promover a importância da poesia e incentivar a leitura, a escrita e o ensino desse gênero literário. Contudo, a poesia transcende o mero aprendizado cognitivo; ela se apresenta como um registro linguístico que combina metáforas, sons e silêncios, resultando em ritmos únicos e encantadores.
A prática de ler poesia traz benefícios intelectuais, funcionando como uma verdadeira “ginástica cerebral” que ajuda a desenvolver o raciocínio. Segundo Maurício Soares, professor de Literatura do Curso Anglo, a poesia não é apenas uma obra; ela possui um valor estético e linguístico que estimula a criatividade e proporciona combinações rítmicas de palavras que são verdadeiramente sugestivas.
A leitura da poesia impacta positivamente diversas áreas do aprendizado, ajudando no desenvolvimento do pensamento crítico. O contato com as palavras e a busca por compreender seus significados, somados ao ritmo que o poeta propõe, enriquecem o raciocínio do leitor. “Essas interações entre inteligências diferentes contribuem para formar um indivíduo pensante, capaz de fazer associações e utilizar exemplos”, explica Soares.
Celebrando a poesia
Para Diogo D’ippolito, autor de “Língua Portuguesa do Sistema de Ensino pH”, celebrar a poesia na contemporaneidade é lembrar da importância de valorizar a arte das palavras em um mundo que se torna cada vez mais rápido e tecnológico. “A poesia nos convida à pausa, à contemplação e à reflexão sobre a vida, os sentimentos e as complexidades da nossa existência. Em tempos de desinformação, a poesia se apresenta como um refúgio de sensibilidade e profundidade, permitindo a expressão de angústias, sonhos e esperanças”, afirma D’ippolito.
D’ippolito recomenda cinco obras para serem lidas em homenagem a essa data. Confira a seleção!
1. Morte e vida Severina (1955)
Escrito por João Cabral de Melo Neto, o livro relata a trajetória de um retirante nordestino em busca de condições melhores de vida. Ao longo do caminho, o personagem enfrenta a dura realidade da seca e da miséria, exporando a tragédia da vida no sertão e promovendo uma crítica social relevante.
2. Alguma poesia (1930)
Criado por Carlos Drummond de Andrade, essa obra é o primeiro livro de poemas do autor, que se consolidou como uma das vozes mais importantes da literatura brasileira. O estilo introspectivo e irônico de Drummond reflete as tensões da época modernista, explorando temas como angústia e solidão.
3. Toda poesia (1983)
A obra de Paulo Leminski compila seus poemas desde o início da carreira até a produção final, revelando uma proposta estética inovadora e crítica. Combinando o erudito e o popular, Leminski apresenta uma poesia acessível e profunda, que desafia convenções linguísticas.
4. Os melhores poemas (2002)
Esta obra reúne uma seleção dos poemas mais representativos de Cecília Meireles, onde temas como tempo, amor e a solidão são tratados com uma voz poética que ainda ressoa na atualidade. A autora reflete sobre a efemeridade da vida com grande delicadeza.
5. Poetas negras brasileiras: Uma antologia (2021)
Elaborada por Jarid Arraes, essa coletânea reúne poesias de escritoras negras brasileiras, refletindo uma diversidade de vozes que historicamente foram excluídas do cenário literário. A antologia aborda temas como identidade, resistência e a experiência de ser mulher negra, celebrando a contribuição dessas autoras à literatura brasileira.
Por Patrícia Martins Buzaid
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