Colorindo com Amor: O Retorno dos Livros de Colorir e Seu Sucesso Entre Celebridades!

Os Livros de Colorir Retornam com Força no Mercado Editorial

Na transição para o novo ano, o domínio do livro “Café com Deus Pai” nas listas de mais vendidos começou a ser desafiado por uma nova tendência: os livros de colorir. O clímax dessa mudança ocorreu na segunda quinzena de fevereiro, quando a obra devocional escrita pelo pastor Junior Rostirola foi superada por duas obras da série “Boobie Goods”, produzidas pela HarperCollins. Desde então, ilustrações de adoráveis bichinhos, criadas pela artista Abbie Gouveia, têm dominado as listas, acompanhadas de outras obras como “Cozy time” e “Comfy days”, ilustradas pela russa Aleksandra Bozhbova (Ciranda Cultural).

Esta nova onda traz de volta os livros de colorir, que foram uma febre há uma década. A proposta é proporcionar um passatempo agradável, afastando as pessoas das telas e mergulhando-as em um momento de relaxamento e criatividade.

O Retorno dos Livros de Colorir

As influências dessa tendência se estendem ao mundo das redes sociais, onde até celebridades estão se rendendo. A influenciadora Bruna Biancardi, namorada do jogador Neymar, foi uma das primeiras a apresentar seus livros de colorir nas plataformas digitais. A apresentadora Virginia Fonseca também compartilha seu hobby, envolvendo seu parceiro, o cantor Zé Felipe, na atividade.

“No começo, ele não se importava, mas agora adora. Muitas pessoas têm me mandado mensagens dizendo que colorir se tornou um hobby para elas. Adoro os livros com desenhos modernos e inspiradores, em que posso dar vida com cores e boas energias!”, afirma Bruna.

Influência da Geração Z

As editoras também perceberam o ressurgimento dos livros de colorir no final do ano passado, especialmente quando vídeos de jovens colorindo começaram a surgir no TikTok — uma plataforma em que a Geração Z dita as tendências. A HarperCollins aproveitou essa onda com o lançamento de “Um Natal quentinho”, uma obra ilustrada que rapidamente se tornou um best-seller.

Em 2021, a artista Abbie Gouveia fundou uma editora familiar para vender seus livros no exterior, mas devido aos altos custos de envio, decidiu lançar versões brasileiras da sua série. Atualmente, a HarperCollins Brasil é a única responsável pela publicação dos livros de colorir da franquia Boobie Goods no mundo.

O Impacto nos Negócios Literários

O fenômeno dos livros de colorir também está reativa o mercado, com um aumento significativo nas vendas. A Leitura, uma das maiores redes de livrarias do Brasil, registrou a venda de mais de 79 mil livros de colorir entre dezembro e março, enquanto as Livrarias Curitiba notaram um crescimento impressionante de 958% nas vendas desse segmento, superando gêneros como autoajuda e negócios.

Os livros têm se destacado não apenas por oferecer momentos de descontração, mas também por trazer uma nova dinâmica ao mercado de papelaria, com uma crescente demanda por estojos de canetinhas e marcadores, que agora substituem os tradicionais lápis de cor. De acordo com a Suzano, uma das maiores fabricantes de papel do Brasil, a procura por papéis de alta gramatura, adequados para livros de colorir, está além do esperado.

A Nova Estética dos Livros de Colorir

Os novos títulos têm uma estética mais infantil, com personagens com formatos arredondados e menos detalhes. Essa abordagem contrasta com a complexidade dos livros que fizeram sucesso há alguns anos, que apresentavam desenhos intrincados como jardins e mandalas. Bruno Zolotar, diretor da Rocco, relembra: “Naquela época, os livros destinados ao relaxamento, muitas vezes, se tornavam fonte de estresse devido aos complexos detalhes.”

Agora, as editoras buscam se destacar com títulos inspirados em franquias renomadas. A Rocco, por exemplo, planeja lançar livros de colorir baseados em Harry Potter e Funko, que conquistam o público com sua estética cativante.

O Papel dos Influenciadores

O trabalho dos influenciadores tem sido fundamental nessa tendência. Lucas Medeiros, que comanda o perfil @letrasdolucas no TikTok, já conquistou uma audiência significativa e frequentemente recebe propostas de editoras para divulgar livros de colorir. Sua abordagem criativa ao pintar os desenhos e ao interagir com seus seguidores resultou em um engajamento sem precedentes.

“Meus vídeos viralizaram, e o alcance foi maior do que em qualquer uma das minhas outras contas. Antes de focar nos livros de colorir, eu falava sobre lettering, mas essa nova fase trouxe um retorno muito positivo”, explica Lucas.

Por mais que o fenômeno dos livros de colorir tenha se intensificado no Brasil, com produtos a preços acessíveis e versões originais sendo ofertadas, a preocupação com o mercado editorial persiste, especialmente com o surgimento de edições piratas que ameaçam as vendas. As editoras têm se mobilizado para coibir essas práticas e recuperar o controle sobre suas publicações.

Perspectivas Futuras

Embora o futuro dessa tendência permaneça incerto, muitos profissionais do mercado acreditam que os livros de colorir continuarão a ter um papel significativo, especialmente considerando a busca por atividades que envolvem criatividade e descontração. Por fim, Alice Mello, da HarperCollins, aponta que a evolução desse mercado deverá ser moldada pelas mudanças nas redes sociais e pelas novas preferências do público.

“Estamos sempre atentos ao que está acontecendo nas plataformas digitais para entender a nova direção que os livros de colorir podem tomar. Além disso, os livros de adesivos têm o potencial de se tornarem a próxima tendência, permitindo que as pessoas ainda mais se conectem com as histórias e ilustrações”, conclui Alice.

Leia a matéria na integra em: oglobo.globo.com

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Menu