Juarez Souza: O Primeiro Rei de Bateria da Acadêmicos do Sossego
O cearense Juarez Souza será o primeiro rei de bateria da Acadêmicos do Sossego
Juarez Souza, um cearense, conquistou seu espaço no vibrante Carnaval carioca ao se tornar o primeiro rei de bateria da Acadêmicos do Sossego. Com uma trajetória que começa há 20 anos como maquiador, ele encontrou no Carnaval uma paixão que se entrelaça com sua carreira e vida pessoal.
Desde 2008, Juarez participa dos desfiles na Marquês de Sapucaí, e, em anos recentes, foi elevado ao posto que o destaca entre os grandes da folia, a bateria da Acadêmicos de Niterói. Paralelamente, ele cursou Medicina e hoje gerencia a dedicação ao samba com atendimentos aos seus pacientes.
No programa “Pause O POVO”, Juarez contou um pouco sobre sua relação com o Carnaval. “Acredito que todas as histórias começam em casa. Minha bisavó teve uma grande influência na minha vida; ela me levou ao centro de Fortaleza para assistir a um antigo corso. Eu amava o Carnaval, e depois assistia aos desfiles da Portela e da Mangueira junto dela”, relembra.
Juarez revela que essa dedicação à folia já existe há duas décadas. “Fiz meu primeiro desfile aos 18 anos, me juntei a uma ala comercial, e, desde então, não parei mais. Tive apenas duas pausas, e estou há 20 anos participando ativamente do Carnaval, já desfilei no chão e em carros alegóricos, e ainda fui destaque”, explica.
Sobre a competição interna entre os integrantes das escolas, ele afirma: “Assumi a identidade de sambista. Não sou apenas alguém que vai ao Carnaval, eu vivo o samba o ano todo. Comecei a participar, fiz amizades e, aos poucos, deixei de comprar fantasias para recebê-las como convite para desfilar.”
No entanto, Juarez também reflete sobre o lado menos glamouroso do Carnaval. “O samba é a voz de um povo historicamente marginalizado, especialmente aquele que vive em favelas e comunidades. O Carnaval é uma chance para essas pessoas brilharem e serem reconhecidas”, destaca. “É fundamental lembrar que muitas pessoas dependem do Carnaval para seu sustento, e isso acontece durante todo o ano, não apenas nos dias de folia.”
Ele ainda observa que, apesar de as dificuldades existirem, o brilho do Carnaval não deve ser ofuscado. “Infelizmente, há questões sociais e preconceitos que permeiam o ambiente. No entanto, lá, somos um só, unidos pelo amor ao samba. Não importa a cor da pele ou a identidade de gênero; o que vale é a alegria de sambar e celebrar juntos,” conclui.
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