Meditação e Autoconhecimento: Os Ensinamentos da Monja Coen

A Monja Coen Roshi, uma das principais vozes da meditação no Brasil, compartilha com entusiasmo os inúmeros benefícios que essa prática pode trazer para a vida cotidiana. Dentre os aspectos que ela destaca estão a capacidade de lidar melhor com a dor, tanto física quanto emocional, e de estabelecer uma relação mais saudável com os próprios pensamentos.

“É fascinante conhecer sua própria mente e perceber como ela funciona. O objetivo é usar isso da melhor maneira. Queremos que a mente seja nossa parceira, e não nossa inimiga”, afirma a monja, que é missionária oficial da tradição zen-budista Soto Shu, com sede no Japão.

O poder da meditação na prática

Monja Coen ministra um curso chamado “O poder da meditação” na CasaFolha, uma plataforma de streaming que oferece cursos exclusivos. A CasaFolha, lançada em setembro de 2024, já conta com uma variedade de aulas que abordam temas como arte, economia e, claro, meditação.

As aulas da monja estão disponíveis no site casafolhasp.com.br. Nelas, Monja Coen revisita sua formação monástica, compartilha a história e os princípios do budismo, além de ensinar técnicas de meditação e explorar os profundos benefícios do zazen, a meditação sentada.

Segundo ela, a meditação permite identificar com clareza os sofrimentos físicos e emocionais, funcionando como uma ferramenta na busca por soluções para esses desafios. No entanto, é importante destacar um ponto crucial.

“Zen não é cura de depressão, ok? Zen não cura doenças mentais. Muitos terapeutas, psiquiatras e psicólogos utilizam o zen no processo de cura, mas não substitui remédios ou o diálogo com o terapeuta”, explica. “A prática pode ajudar a perceber os próprios males, mas é fundamental buscar a ajuda certa”, ressalta a monja.

Enfrentando a dor e o sofrimento

Com mais de 300 discípulos e autora de mais de 30 livros, incluindo “Aprenda a Viver O Agora” e “O Sofrimento É Opcional”, Monja Coen aborda em suas aulas a necessidade de compreender a dor e o sofrimento emocional.

“Você precisa estar sofrendo?”, ela provoca. “A dor existe, é parte da vida. O que fazemos com isso é que importa. Reclamar não traz solução”, orienta. Para a monja, o reconhecimento da dor é um primeiro passo importante, mas o foco deve estar em encontrar formas práticas de lidar com essa realidade.

Ela ainda alerta para a armadilha do vitimismo, afirmando que todos são responsáveis por suas emoções: “Você não é apenas a vítima. Todos temos hábitos mentais que podem ser prejudiciais a nós mesmos. É preciso estar consciente disso”, enfatiza durante seu curso, que se tornou um dos mais procurados na plataforma.

A meditação como libertação

Para Monja Coen, meditar é um caminho de libertação. “Primeiro, você precisa compreender a si mesmo. Entender o seu processo mental, identificar onde você se prendeu em traumas e conflitos”, explica, sugerindo que a libertação começa com o autoconhecimento.

Em suas aulas, ela ressalta que não se deve tentar controlar os pensamentos, mas sim escolher aqueles que se quer cultivar. “As pessoas acreditam que é preciso controlar a mente. Na verdade, podemos escolher o que pensar e o que não pensar”, afirma, destacando a importância dessa escolha consciente na prática meditativa.

A prática proporciona um novo olhar sobre os pensamentos, permitindo que se reflitam, sem se sentirem aprisionados por eles. “Este pensamento existe e faz parte da natureza humana. A questão é: como eu vou agir no mundo? O que vou comunicar aos outros?”, instiga a monja.

Musculação para a mente

Monja Coen compara a prática da meditação a uma espécie de “musculação dos neurônios”. “Precisamos decidir se queremos desenvolver sentimentos negativos como raiva e vingança, ou se optamos pela paz e respeito”, explica. “A meditação é sobre fazer escolhas conscientes, sobre o que queremos fomentar dentro de nós”, conclui.

Como acessar o conteúdo da CasaFolha

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