Descubra o Fascinante Mundo do Bestiário com Neruda: Uma Análise da Biografia de Trevisan e Outras Surpresas Literárias para 2025

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A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie defende a importância de discutir a identidade. Ela acredita que ser uma mulher negra, africana e da etnia igbo formou, em certa medida, seu percurso de vida. Da mesma forma, as características raciais e de gênero influenciam a maneira como as pessoas são percebidas no mundo.

Entretanto, exatamente como expressou em entrevista à repórter Clara Balbi, ela alerta: o “foco excessivo na identidade pode nos fazer esquecer que, no fim das contas, existe quem somos e também o que somos”. Adichie afirma que, ao pensar apenas em termos de identidade, acabamos esperando que as pessoas se encaixem em papéis específicos e, às vezes, ela não concorda com as expectativas alheias sobre o que uma mulher negra deveria acreditar.

Em seu novo livro, A Contagem dos Sonhos (trad. Julia Romeu, Companhia das Letras, R$ 89,90, 424 págs.), a autora traz protagonistas que são negras e africanas, assim como ela. Embora suas histórias refletem experiências similares, elas não são definidas por essas características.

As protagonistas incluem a sonhadora Chiamaka, que lida com desilusões amorosas; a pragmática Zikora, questionando relacionamentos após um rompimento; a maternal Kadiatou, injustamente acusada; e a rebelde Omelogor. Elas compartilham a resiliência que caracteriza as mulheres retratadas por Adichie, que almejam realizar suas ambições com determinação.

A autora critica a corrente contemporânea que tende a subestimar essa energia, explicando que a visão cínica não deve ser confundida com sofisticação ou modernidade. “Como seres humanos, estamos sempre ansiando por algo”, ressalta.


Acabou de Chegar

Bestiário (trad. José Eduardo Degrazia, L&PM, R$ 72,90, 136 págs.) é uma antologia que reúne descrições de animais, reais ou imaginários, segundo a visão de Pablo Neruda. Para a crítica Sylvia Colombo, a obra oferece uma perspectiva profunda e sensorial da singular visão do mundo do poeta chileno.

Nosso Corpo Estranho (Fósforo, R$ 69,90, 120 págs., R$ 48,90, ebook), do autor Reginaldo Pujol Filho, propõe um exercício divertido e instigante. A crítica Taís Cardoso descreve a obra como uma exposição de um artista fictício que se assemelha a vários artistas reais, onde Pujol se posiciona como curador dos textos explicativos.

Céleste e Proust (trad. Renata Silveira, Autêntica, R$ 132,90, 256 págs., R$ 83,90, ebook) evoca a relação entre o renomado escritor Marcel Proust e sua governanta, Céleste Albaret. O crítico Diogo Bercito destaca que a HQ de Chloé Cruchaudet apresenta um retrato delicado de uma amizade marcada por uma dinâmica de trabalho desigual.


E mais

“Explorar a dor e a saudade escrevendo é compulsivo”, relata Marcelo Rubens Paiva. O autor de Ainda Estou Aqui, que inspirou um filme premiado, indica estar registrando novas experiências de vida em um livro intitulado O Novo Agora, relato sobre seus desafios durante o isolamento social e o “novo normal”.

O ensaísta, jornalista e tradutor Christian Schwartz reuniu cartas e diários de Dalton Trevisan para compor a biografia do autor conhecido como o “vampiro de Curitiba”. Ele compartilhou com a repórter Fábio Victor que teve acesso ao acervo pessoal do escritor após ser o primeiro a solicitar as informações à sua agente.

O bestseller britânico Ken Follett está prestes a lançar um novo épico por meio do selo Arqueiro. O Painel das Letras informa que o escritor abordará a construção do famoso monumento megalítico Stonehenge, localizado no norte da Inglaterra, em sua obra intitulada Circle of Days.


Além dos Livros

A especialista em abolicionismo penal, Ruth Gilmore, percorreu o Brasil em 2024 para divulgar sua obra Califórnia Gulag. Durante sua jornada, testemunhou iniciativas pequenas, mas significativas, que estão contribuindo para a formação de uma infraestrutura abolicionista no país. Em entrevista a Eduardo Sombini, ela comentou que o encarceramento em massa está atrelado ao aumento da desigualdade e ao fortalecimento do poder das forças de segurança.

A obra mais recente sobre Família Soprano analisa como a série revolucionou a percepção da televisão e influenciou a cultura pop. O crítico Mauricio Stycer explica que antes da série, a TV era frequentemente vista como uma forma inferior de arte em comparação ao cinema, e a produção colocou a televisão no centro de uma ampla transformação.

No novo livro A Saideira, Barbara Gancia aborda o alcoolismo com sinceridade e leveza, atraindo tanto aqueles que têm experiência com bebida quanto os curiosos. Alice S., autora do blog Vida de Alcoólatra, descreve a obra como um “deleite” para quem vive essa realidade. A nova edição acaba de ser lançada pela editora Matrix.

Leia a matéria na integra em: www1.folha.uol.com.br

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