Documentário Resgata Memórias de Mulheres na Ditadura Militar
O documentário “Eunice, Clarice, Thereza”, lançado em 1979, traz à tona os relatos emocionantes de três mulheres marcadas pela tragédia da ditadura militar brasileira. Entre elas, Eunice Paiva, cuja vida foi profundamente afetada pela morte do marido, Rubens Paiva, também entre os desaparecidos nesse período sombrio, junto com Vladimir Herzog e Manoel Fiel. A história de Eunice e Rubens foi recontada no recente filme “Ainda Estou Aqui”, que conquistou o primeiro Oscar para o Brasil no início do mês.
O curta-metragem, agora restaurado em 2K pelo Cinelimite, recebeu supervisão do diretor Joatan Vilela Berbel. Seu acesso é facilitado pela disponibilização gratuita no site da plataforma, onde ficará disponível até o dia 7 de abril.
No documentário, Eunice Paiva revela como era sua vida no Rio de Janeiro antes do sequestro de seu marido, além de relatar sua experiência de 12 dias de prisão pela ditadura. Durante os pouco mais de 15 minutos de duração, suas companheiras de dor, Clarice Herzog e Thereza Fiel, esposas do jornalista e do líder sindical, respectivamente, também compartilham suas memórias, compondo um painel de resistência e luta.
A restauração do curta foi realizada a partir de uma cópia preservada no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, pertencente à Comissão Nacional da Verdade. O longa original, mesmo enfrentando a censura da época, encontrou maneiras de ser exibido em sindicatos, cineclubes e otros espaços de militância.
Além disso, o canal do YouTube da plataforma também disponibilizou uma entrevista com Berbel, onde o cineasta discute o processo de produção de “Eunice, Clarice, Thereza”.
“Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e conta com performances marcantes de Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro. O filme fez história ao receber três indicações ao Oscar e arrecadar, até o momento, mais de R$ 200 milhões.
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