Michael Amott, do Arch Enemy, revela os 5 álbuns que transformaram sua vida musical
Com o lançamento de Blood Dynasty, seu 12º álbum de inéditas, o guitarrista Michael Amott compartilha com a revista Spin uma lista íntima dos cinco álbuns que moldaram sua trajetória musical. Confira suas escolhas e os comentários que as acompanham:
1. Jon Lord – Sarabande (1976)
“Algumas das minhas primeiras memórias musicais são de sentar com minha mãe e ouvir sua coleção de discos. Ela era uma devotada amante da música clássica e queria que eu fosse também. Por um tempo, eu fui. No meio das suas obras cuidadosamente selecionadas, havia um álbum que se destacou: um disco solo do tecladista do Deep Purple, Jon Lord. A forma como ele misturava rock, elementos progressivos e influências clássicas me cativou. Os temas barrocos eram de tirar o fôlego, e tenho certeza de que este álbum, e até mesmo o trabalho de guitarra nele (executado por um Andy Summers pré-The Police), influenciaram a minha própria música.”
2. Discharge – Hear Nothing See Nothing Say Nothing (1982)
“Este álbum moldou profundamente minha musicalidade e minha vida, e mesmo agora, ouvi-lo parece quase cerimonial. A intensidade crua de sua abordagem de parede de som ainda é surpreendente. O impacto do Discharge é realmente imensurável, pois eles abriram caminho para o speed metal, thrash, death, grind, black metal e hardcore punk (d-beat!). Para muitos de nós, este disco foi a porta de entrada. Se você quer entender as raízes da música extrema, comece aqui.”
3. Metallica – Kill ‘Em All (1983)
“Nunca vou esquecer quando conheci essa banda. Foi por meio de uma entrevista por telefone com Lars Ulrich na rádio dinamarquesa, ele estava falando em seu idioma nativo. Após a ligação, o DJ tocou ‘Metal Militia’ e ‘Motorbreath’. No momento em que ouvi essas músicas, fiquei chocado. A intensidade, a velocidade e a precisão absoluta foram uma revelação! Daquele ponto em diante, eu estava em uma missão para encontrar o LP deles. Imagine ir de loja em loja de discos, pedindo Metallica e ninguém tinha a mínima ideia de quem eles eram! Quando finalmente coloquei as mãos em ‘Kill ‘Em All’, isso os consolidou como minha banda favorita por anos. Esse disco continua sendo uma das estreias mais poderosas de todos os tempos.”
4. Black Sabbath – Sabbath Bloody Sabbath (1973)
“Conhecer o Sabbath nos anos 80 foi uma das épocas mais emocionantes que posso lembrar como fã de música. Viajar no tempo pela sua discografia foi incrível. Hoje, sinto que este — seu 5º álbum de estúdio — representa um pico de criatividade, evolução musical e qualidade de produção. Mistura riffs esmagadores com momentos mais suaves, melódicos e arranjos complexos, tudo isso mantendo seus riffs pesados característicos.”
5. Candlemass – Epicus Doomicus Metallicus (1986)
“Este álbum me atingiu fortemente em 1986, em um período em que eu era obcecado por velocidade e agressividade na música. Em contraste gritante, Candlemass parecia mirar em algo completamente diferente — um peso lento, sombrio e uma atmosfera épica. Eu me apaixonei por isso e ainda o considero um dos melhores álbuns suecos de todos os tempos. Em uma estranha reviravolta do destino, acabei tocando em um disco do Candlemass anos depois.”
Sobre Michael Amott
Michael Amott começou sua jornada musical com a banda Carnage, que formou ao lado do vocalista Johan Liiva. Após duas demos de grande repercussão no underground, o grupo lançou seu único disco, Dark Recollections.
Na sequência, foi recrutado pelo Carcass, com quem lançou dois álbuns, incluindo Necroticism – Descanting The Insalubrious (1991) e Heartwork (1993), que se tornou o maior sucesso comercial do grupo. Posteriormente, fundou o Spiritual Beggars, que apresentou sonoridade voltada ao hard/classic rock, juntamente com o lançamento de nove álbuns de estúdio.
Seu maior sucesso veio em seguida, com o Arch Enemy, onde reencontrou Johan Liiva e recrutou seu irmão mais novo, Christopher Amott. O grupo permanece ativo até hoje, enquanto os três membros originais integram o Black Earth, que toca músicas do início da carreira. Em 1998, Amott gravou o álbum Dactylis Glomerata do Candlemass como músico convidado.
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