Com dez indicações ao Oscar, “O Brutalista” se destaca como um dos grandes favoritos a Melhor Filme de 2025. Aclamada e ao mesmo tempo polêmica, a obra gera debate entre o público devido ao uso de inteligência artificial e sua longa duração, que supera as três horas.
A narrativa gira em torno de László Toth, um arquiteto judeu que, após a Segunda Guerra Mundial, busca o “sonho americano” nos Estados Unidos. No entanto, sua trajetória se torna frustrante ao não conseguir emprego em sua área.
A reviravolta acontece quando o milionário Harrison Lee Van Buren contrata László para um grandioso projeto. Inspirado pelo brutalismo, o arquiteto cria obras que simbolizam intensidade e frieza, fazendo ecoar elementos do totalitarismo.
Quem são os favoritos para ganhar o Oscar em 2025?
Recepção da crítica
Apesar de alcançar 94% de aprovação no Rotten Tomatoes, O Brutalista não escapou das críticas nas redes sociais. O tempo de projeção de três horas e meia se destaca como um ponto negativo entre os espectadores.
Os produtores, assim como alguns críticos, argumentam que essa duração é fundamental para explorar os diversos temas que permeiam o filme, como o Holocausto, a desilusão americana, a arquitetura e a fundação do estado de Israel.
Entretanto, há quem considere o ritmo do longa como lento e repetitivo, apontando que a narrativa pode se perder, tornando a experiência cansativa e menos impactante.
Outros pontos controversos incluem o uso de inteligência artificial na produção. Segundo o editor Dávid Jancsó, essa tecnologia auxiliou na melhoria dos sotaques dos atores durante diálogos em húngaro.
“Testamos todas as opções com outros atores, mas não obtivemos sucesso. Buscamos alternativas”, comentou Jancsó à Red Shark News. A técnica Respeecher foi utilizada para ajustar as sonoridades das vogais e aprimorar a precisão das falas.
O diretor Brady Corbet defendeu essa escolha, afirmando que a intenção foi preservar a autenticidade das atuações, sem alterá-las. “Fizemos tudo com o maior respeito pelo ofício dos atores”, ressaltou.
Filme também recebeu críticas dos arquitetos
A comunidade arquitetônica não poupou críticas ao filme. Especialistas afirmam que o brutalismo foi retratado de forma inadequada, aparecendo somente nos momentos finais da história.
Esse estilo, que emergiu na Europa após a Segunda Guerra Mundial, é conhecido pelo uso de concreto bruto e linhas retas, refletindo força e austeridade — aspectos pouco explorados no longa.
Em um podcast intitulado “Por que ‘O Brutalista’ é um filme terrível?”, a crítica Alexandra Lange comentou que “os cineastas afirmaram ter estudado o brutalismo, mas isso não foi utilizado com fins dramáticos.”
Esses deslizes não apenas desapontaram arquitetos, como também espectadores que esperavam um tratamento mais profundo da temática artística.
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