Desigualdade na Saúde: Desafios Mais Intensos nas Regiões Norte e Leste

Desigualdade na Saúde em São Paulo: Um Olhar sobre os Dados

A distribuição desigual de equipamentos de saúde na cidade de São Paulo tem um impacto direto nos indicadores de qualidade de vida da população, afetando especialmente as regiões mais periféricas e os bolsões de pobreza localizados no centro histórico. Essa realidade é evidenciada por um estudo recente da Rede Nossa São Paulo, que revela o cenário preocupante de desigualdade na saúde pública.

Mapa da Desigualdade e Indicadores de Saúde

A pesquisa faz parte do Mapa da Desigualdade, uma ferramenta desenvolvida pela organização com o objetivo de auxiliar gestores públicos e a sociedade civil na identificação de prioridades em diferentes áreas. O levantamento se concentra em cinco indicadores relevantes na esfera da saúde: mortalidade materna, mortalidade infantil, incidência de dengue, tempo médio para consultas na atenção primária e mortalidade por doenças do aparelho respiratório. Esses dados permitem uma análise do desenvolvimento desses indicadores nos 96 distritos da capital paulista.

Regiões carentes e desigualdade nos serviços de saúde

Os dados revelam que as Regiões Norte e Leste de São Paulo apresentam uma deficiência acentuada em serviços públicos e infraestrutura de saúde. As áreas mais próximas das divisas com municípios como Cajamar, Caieiras, Mairiporã, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá e Ferraz de Vasconcelos se destacam como as mais afetadas. Em geral, bairros centrais da cidade tendem a ter indicadores mais favoráveis, mas essa não é a realidade para regiões como Pari e Brás, que têm uma longa história marcada por ocupações e cortiços, atraindo a população pela proximidade com áreas de comércio popular.

Análise dos Distritos

O estudo classifica os distritos de acordo com os indicadores analisados. No topo da lista, destacam-se os distritos de Itaim Bibi, Pinheiros e Moema, enquanto Ponte Rasa, São Miguel e Pari figuram nas últimas posições. O ranking inclui sete indicadores, que contemplam a idade média ao morrer e a gravidez na adolescência, além dos cinco indicadores de saúde mencionados anteriormente.

Concentração dos Problemas

Igor Pantoja, coordenador de Relações Institucionais da Rede Nossa São Paulo e do Instituto Cidades Sustentáveis, sinaliza que os dados são claros ao indicar áreas da cidade com maior concentração de problemas de saúde. “Certas regiões da cidade aparecem como grandes manchas vermelhas, evidenciando o pior desempenho em saúde nesses locais. Esses problemas estão concentrados nas áreas mais periféricas, que ainda enfrentam desafios significativos”, afirma.

Desequilíbrios Específicos e Resultados Positivos

Pantoja também destaca que algumas regiões apresentam desequilíbrios em indicadores específicos: enquanto o distrito de Jaguara, por exemplo, registra um alto índice de casos de dengue, não há registro de mortalidade materna nesse local. Para uma análise completa, os dados estão disponíveis no site da Rede Nossa São Paulo.

Ações da Secretaria Municipal de Saúde

Sobre a questão das desigualdades na saúde, a Secretaria Municipal de Saúde informou que 93 novos equipamentos de saúde foram entregues desde 2021. Atualmente, a cidade conta com 1.055 unidades municipais de saúde distribuídas em toda a área urbana.

*Este artigo contou com a colaboração de Daniel Melo, da TV Brasil.

Leia a matéria na integra em: cgn.inf.br

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