Escândalo nos Bastidores do Rio Open: Dados Pessoais de Alcaraz e Fonseca Vazam!

Vazamento de Dados de Tenistas no Rio Open Levanta Preocupações sobre Privacidade

A Secretaria Estadual de Esporte do Rio de Janeiro tornou público um incidente alarmante relacionado ao Rio Open, um dos principais torneios de tênis do Brasil. Documentos divulgados contêm informações pessoais de jogadores profissionais que participaram da edição de 2023, incluindo imagens de passaportes, endereços residenciais e contatos telefônicos.

Dentre os atletas afetados, destacam-se Carlos Alcaraz e João Fonseca, que chamou a atenção nesta edição do torneio. Os dados confidenciais foram expostos na internet por um período considerável, desde outubro, até que a secretaria foi alertada pela imprensa. Após a notificação, o órgão decidiu tornar o documento sigiloso, ressaltando que a Lei de Incentivo ao Esporte visa garantir a transparência em seus processos.

A produtora do Rio Open, IMM Esporte e Entretenimento, negou qualquer envolvimento em vazamentos de dados. A empresa assegura que está em conformidade com as legislações que regulam o tratamento de informações pessoais, afirmando ainda que desde 2014, presta contas dos recursos estaduais que capta para o evento. Contudo, somente na prestação de contas recente, referente a 2023, surgiram essas revelações preocupantes.

Os dados pessoais, que incluíam informações de jogadores, foram entregues à Secretaria de Esporte como parte do relatório de cumprimento do projeto que recebeu R$ 13,8 milhões em incentivo fiscal do governo do estado, recursos esses doados pela Claro. Um apêndice do documento revelou uma planilha com informações sensíveis como nomes, números de passaporte, endereços e contatos telefônicos dos atletas.

Esses dados foram fornecidos pelos próprios jogadores ao receberem suas premiações, que são liberadas através da Lei de Incentivo. Normalmente, informações pessoais devem ser resguardadas e, ao serem publicadas em ferramentas de transparência, o esperado é que sejam ocultadas.

Entre as informações divulgadas, estavam detalhes do passaporte de Carlos Alcaraz, um dos tenistas mais renomados da atualidade, que possui quatro troféus de Grand Slam aos 21 anos. A documentação vazada também trouxe à tona seu número de WhatsApp e um endereço em Murcia, onde mantém sua academia.

Bruno Bioni, diretor-fundador da Data Privacy Brasil e especialista em LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), enfatiza que não há interesse público na divulgação dessas informações. “Um dos princípios da LGPD é que os dados devem ser compartilhados somente quando há um interesse público claro. Não há justificativa para a exposição de informações como telefone e endereço, o que se torna especialmente preocupante, dado o aumento de fraudes e roubo de identidade no Brasil”, explica Bioni.

Atualmente, esses dados estavam acessíveis no sistema SEI até recentemente, permitindo que qualquer pessoa buscasse informações de atletas por nome. No caso de João Fonseca, foram publicados detalhes como número de telefone, passaporte e um endereço em uma área nobre do Rio de Janeiro. O atleta recebeu US$ 17 mil (equivalente a R$ 96 mil) pela participação no torneio como convidado.

A prestação de contas também incluiu dados pessoais de outros indivíduos relacionados ao projeto, como crianças que visitaram as instalações do torneio e funcionários auxiliares. Neste ano, o Rio Open captou R$ 16,4 milhões em recursos.

Leia a matéria na integra em: www1.folha.uol.com.br

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