Capital Mundial do Livro: Estande Coletivo na Bienal do Rio de 2025
No ano em que o Rio de Janeiro é reconhecido pela Unesco como a Capital Mundial do Livro, um grupo de 20 editoras independentes brasileiras se mobiliza para apresentar um novo capítulo na Bienal do Livro do Rio de 2025, agendada para acontecer de 13 a 22 de junho. O projeto, intitulado Estande Compiladas, visa exibir a rica diversidade de vozes e estilos da literatura nacional, reunindo editoras de diferentes regiões do Brasil em um espaço singular no Riocentro.
Editoras Participantes
O estande conta com a participação de várias editoras, incluindo Arquipélago, Âyiné, Bazar do Tempo, Carambaia, Cobogó, Dublinense, Ercolano, Fósforo, Ímã Editorial, Lote 42, Mundaréu, Mórula, Nós, Oficina Raquel, Relicário, Seiva, Solisluna, Tabla, Tinta-da-China e Ubu.
A Importância do Estande Coletivo
Diante de um cenário de concentração no mercado editorial, a presença coletiva dessas editoras em um evento que tradicionalmente foca nos grandes grupos editoriais busca reforçar a diversidade e a força criativa da literatura brasileira, afastando-se do circuito mainstream. “A ideia do estande coletivo surgiu do desejo de muitas de nós em estar presentes na Bienal, um impulso que se intensificou neste ano em que o Rio se tornou a Capital Mundial do Livro”, explica Rita Mattar, diretora editorial da Fósforo.
Rita complementa que “o público da Bienal é vasto e diversificado, por isso acreditamos que é válido apresentar títulos variados, além dos conhecidos best-sellers. Encontramos aqui estudantes e professores, além de leitores adultos.” Participar de uma bienal exige um investimento considerável, o que representa um desafio para editoras de pequeno e médio porte. Com isso, o projeto não apenas torna a participação mais acessível, mas também promove um ambiente colaborativo entre as editoras, buscando soluções criativas para superar as dificuldades do cotidiano no mercado.
A Troca de Experiências
Isabel Diegues, diretora editorial da Cobogó, ressalta que “as editoras estão buscando caminhos juntos. A troca de experiências e ideias é o que há de mais enriquecedor ao reunir tantas editoras diferentes, com catálogos diversificados, de várias partes do país.” Ela também destaca que o estande apresenta um projeto que vai além dos best-sellers.
“Quem visita a Bienal em busca de descontos e autores favoritos terá a oportunidade de descobrir novos livros e leituras. A Bienal é uma celebração importante e uma grande chance de fortalecer a conexão entre leitores e literatura. Há espaço para todos”, afirma Diegues.
Crescimento do Interesso pela Literatura Brasileira
Simone Paulino, publisher da Nós, aponta a crescente atração do público pela literatura contemporânea brasileira. “Embora o perfil do público geralmente inclua muitos jovens, também notamos interesse por obras mais literárias, o que reflete o perfil das editoras independentes que se apresentam na Bienal como Compiladas. A literatura brasileira contemporânea está conquistando um público cada vez mais amplo”, analisa.
Raquel Menezes, da Oficina Raquel, acredita que as editoras independentes desempenham um papel crucial na promoção de novos autores e na renovação bibliográfica. “Formamos um grupo que, hoje, faz a diferença no cenário editorial, sobretudo por nossas apostas ousadas em busca de garantir a bibliodiversidade em nosso setor”, afirma Menezes.
Leia a matéria na integra em: oglobo.globo.com