Chanceler brasileiro critica a situação em Gaza e defende repatriação de brasileiros
Na última terça-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez declarações contundentes sobre o conflito em Gaza, descrevendo a situação como uma “carnificina”. O chanceler se apresentou na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, onde foi convidado por senadores da oposição. Ele aproveitou o espaço para discutir também o asilo diplomático concedido pelo governo Lula à ex-primeira-dama peruana, Nadine Heredia.
A gravidade da situação em Gaza
Vieira expressou preocupação com os bombardeios que Israel tem realizado em território palestino. Segundo o chanceler, “há um número elevadíssimo de crianças mortas”, e os dados são alarmantes, com cerca de 18 mil óbitos infantis registrados em um único dia. A violência e a falta de ação efetiva da Organização das Nações Unidas (ONU) para conter o conflito foram aspectos criticados por ele.
- Situação crítica: A ONU alertou para o risco de morte de 14 mil bebês em Gaza devido à falta de alimentos enquanto Israel autorizou a entrada de 100 caminhões de ajuda humanitária.
- Contexto: O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel tomará o controle de Gaza e permitirá a entrada de ajuda, mas só “por razões diplomáticas”.
A paralisia da ONU
Durante a reunião, Vieira lamentou a inércia do Conselho de Segurança da ONU. Ele explicou que a estrutura do órgão, com seu poder de veto exercido pelos cinco membros permanentes, tem dificultado a tomada de decisões necessárias para enfrentar a crise humanitária em Gaza:
— O poder de veto sempre paralisa iniciativas, dificultando a implementação de medidas que poderiam salvar vidas.
- Reação de Israel: O governo israelense declarou que a pressão internacional não afetará suas ações contra o Hamas e caracterizou as críticas como uma ‘obsessão’.
Condenação das invasões
O ministro também reafirmou a posição do Brasil contra todas as formas de invasão. Ele categoricamente declarou:
— O que acontece em Gaza é um desrespeito ao direito internacional e humanitário. O Brasil condena a invasão de Gaza assim como condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Vieira ressaltou ainda a necessidade de um suporte humanitário eficaz e observou que a ocupação israelense em território palestino fere normas internacionais.
Operação de repatriação
Comunicando-se diretamente sobre a situação dos brasileiros em Gaza, o chanceler indicou que o governo Lula planeja uma operação de repatriação para um pequeno grupo de pessoas, incluindo crianças. Ele afirmou:
— Estamos trabalhando para trazer de volta um grupo de 8 a 9 brasileiros que ainda se encontram lá.
- Análise da situação: Especialistas estão debatendo sobre a interação das guerras atuais em Gaza e na Ucrânia e suas implicações nas negociações diplomáticas.
Próximos passos para o Brasil
Por fim, Vieira anunciou que, na próxima semana, o Brasil participará de um evento em Madri, reunindo países árabes, o Reino Unido e membros da União Europeia. O objetivo é ampliar o reconhecimento do Estado da Palestina, uma iniciativa apoiada pelo Brasil desde 2010.
O chanceler deixou claro que o Brasil está comprometido em buscar soluções pacíficas e humanitárias para o conflito, reafirmando o papel do país no cenário internacional.
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