Paulo Jorge Pereira: O Respeito do Andebol Mundial Após o Mundial da Noruega

Embora não tenha conquistado a medalha esperada, o treinador Paulo Jorge Pereira ganhou o respeito do cenário mundial do andebol, apresentando ao mundo uma seleção que deixou todos impressionados. O futuro já se desenha otimista, com uma nova oportunidade no próximo Campeonato Europeu.

Em meio a elogios diários ao desempenho de sua equipe, mesmo nas derrotas, Pereira afirma não ter feito favor algum ao entrosar uma Seleção Nacional que cativou tanto fãs quanto novos admiradores. O histórico quarto lugar no Mundial da Noruega elevou o andebol às primeiras páginas dos jornais e horários de telejornal. As aspirações e discussões dos jogadores e do técnico são claras: desejam que esse reconhecimento perdure além de um evento isolado. E Pereira insiste: esse é um tema que não deve ser esquecido.

Pereira Reflete Sobre a Recepção e o Reconhecimento Nacional

— Já conseguiu, finalmente, relaxar?

— Não, ainda não consegui relaxar [risos]. Preciso mesmo de dormir mais um pouco. Mas esses dias são assim.

— Como foi a recepção no aeroporto após a volta da Seleção?

— Foi incrível. Ver aqueles jovens com o brilho nos olhos, chamando pelos nomes dos jogadores, foi espetacular. Embora esperasse mais gente, a hora não ajudou.

— O fato de reconhecê-los pelos nomes é uma vitória para o andebol?

— Com certeza. Temos uma equipe jovem e isso ajuda os mais novos a se identificarem. O andebol sempre teve suas referências, mas hoje vemos uma nova leva de ídolos para a juventude.

Superando Expectativas: Um Balanço do Mundial

Pereira confessa que o desempenho da Seleção superou suas expectativas. “O objetivo inicial era chegar às quartas de final, o que era possível. Atingimos as semifinais, algo que parecia um desafio maior devido às perdas de jogadores importantes em cima da hora. Tínhamos que nos adaptar rapidamente, mas as mudanças funcionaram bem”, detalha.

— Este grupo é realmente especial…

— Sem dúvida. Temos o Rui Silva, nosso “domador de leões”, e jogadores jovens como o Kiko e o Martim que formam um núcleo harmonioso. Apesar das perdas, mantivemos nosso espírito e a entrega nas partidas. Isso é o que sentimos e o que as pessoas perceberam.

— A derrota para a França ainda pesa?

— Custa um pouco, sem dúvida. Contudo, isso também trouxe mais atenção para nós. E com o quarto lugar, nossa melhor posição em Mundiais, estamos muito mais respeitados.

O Reconhecimento e o Respeito Adquirido

Pereira notou uma mudança significativa na forma como sua equipe é vista. “Ver o melhor jogador do mundo, Mathias Gidsel, me cumprimentar de maneira respeitosa foi um marco. A interação descontraída entre os atletas mostrou que estamos em um novo patamar”, comenta.

— Isso acabou com a ideia de que somos meros outsiders?

— Absolutamente. Essa nossa atuação foi uma confirmação de nossa qualidade. Mas essa consistência precisa vir de todo o país, e não apenas da equipe.

— E a presença do presidente e do primeiro-ministro teve impacto?

— Sim, foi incrível. Estar no vestiário com eles foi inspirador e mostra que o esporte é valorizado até nas mais altas esferas.

Um Futuro Promissor no Andebol

Pereira está otimista em relação ao futuro da equipe. “Estamos no caminho certo e já temos duas vitórias no próximo ciclo de classificação para o Europeu. Queremos superar nosso melhor resultado, que foi o sexto lugar,” afirma.

— A fasquia agora está mais alta?

— Com certeza, e adoramos isso. Essa pressão é motivadora e nos impulsiona a entregar sempre o nosso melhor em quadra.