Nova Teoria Explora a Variabilidade da Energia Escura: Uma Revolução na Cosmologia!

Novas Revelações sobre a Energia Escura: O que os Astrônomos Descobriram

Uma equipe internacional de astrônomos fez uma descoberta chocante na última quarta-feira (18): evidências de que a energia escura, a força que impulsiona a rápida expansão do nosso Universo, pode não ser um fenômeno constante, mas sim uma força que flui e muda ao longo do tempo. Essa pesquisa, que promete redefinir o entendimento atual sobre a cosmologia, foi apresentada na reunião da American Physical Society, em Anaheim, Califórnia.

As medições recentes indicam que a energia escura pode não condenar o Universo a um destino de fragmentação em escalas que vão de aglomerados de galáxias até núcleos atômicos. Na verdade, a expansão poderia eventualmente diminuir, resultando em um cosmos estável, ou até mesmo reverter sua trajetória. Essa revelação surge em um contexto onde as medições anteriores já levantavam questionamentos sobre o modelo padrão da cosmologia, a teoria predominante que explica a história e a estrutura do Universo.

A Colaboração do Desi

As medições mais recentes foram obtidas através do Instrumento Espectroscópico de Energia Escura (Desi), situado no telescópio do Observatório Nacional de Kitt Peak, no Arizona, Estados Unidos. Michael Levi, o diretor do Desi e cosmologista do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, comentou que “isso nos coloca em conflito com outras medições”, sugerindo que os novos dados têm grande potencial para alterar o entendimento cosmológico atual.

As descobertas foram detalhadas em uma série de artigos acadêmicos que estão sendo revisados para publicação na revista Physical Review D. O astrofísico Adam Riess, da Universidade Johns Hopkins e do Space Telescope Science Institute, afirmou que “esse resultado parece ser a maior pista que temos sobre a natureza da energia escura desde sua descoberta” em 2011, quando foi premiado com o Prêmio Nobel de Física por sua pesquisa relacionada.

Desafios ao Modelo Padrão

Os dados do Desi se posicionam de forma intrigante ao desafiar o modelo padrão que sustenta que a energia escura permanece constante ao longo do tempo, enquanto novas medições vindas do desativado Telescópio de Cosmologia de Atacama no Chile, também divulgadas recentemente, fornecem imagens detalhadas do Universo em sua infância, quando ele tinha apenas 380 mil anos. Esses dados, ainda não revisados por pares, parecem reforçar que o modelo padrão funcionou conforme o esperado em momentos iniciais da expansão do cosmos.

A constante de Hubble, uma parte crítica desse modelo que descreve a velocidade de expansão do Universo, tem apresentado inconsistências nas medições ao longo das últimas décadas, divergindo em até 9%. Pesquisadores especulam que um aumento inicial na energia escura poderia resolver essa discrepância, mas os dados mais recentes do Telescópio de Atacama parecem descartar essa ideia, embora nada se confirme sobre alterações na natureza da energia escura em épocas posteriores.

O Que Está por Vir?

A comparação da expansão do Universo com uvas-passas em um bolo assando ilustra como as galáxias se afastam umas das outras à medida que a massa do universo aumenta. A história da descoberta da aceleração da expansão começou em 1998, quando dois grupos de astrônomos observaram supernovas cujas luzes estavam mais fracas do que o esperado, desafiando a suposição anterior de que a expansão estivesse desacelerando.

O novo foco do Desi é caracterizar a energia escura estudando como as galáxias se distribuem em diferentes períodos da história cosmológica. Usando um catálogo com quase 15 milhões de galáxias e outros corpos celestiais, os pesquisadores ainda não encontraram nada que contradiga a teoria. No entanto, ao combinar esses dados com outras medições da expansão do Universo, as discrepâncias aumentam.

Enrique Paillas, pesquisador da Universidade do Arizona, observou que os dados sugerem que a aceleração cósmica, impulsionada pela energia escura, começou mais cedo e parece ser mais fraca do que o que o modelo padrão indica. Essa discrepância, que atinge 4,2 sigma, sugere que algo não está totalmente claro no modelo cosmológico atual.

A busca por Respostas

Os cientistas envolvidos com o Desi acreditam que explorar a natureza da energia escura pode oferecer respostas cruciais. “Se introduzirmos uma energia escura dinâmica, as peças do quebra-cabeça se encaixam melhor”, afirma Mustapha Ishak-Boushaki, cosmólogo da Universidade do Texas.

O futuro da pesquisa continua promissor com o Desi coletando dados por mais um ano. Além disso, outros telescópios ao redor do mundo, como o Zwicky Transient Facility em San Diego e o europeu Euclid, contribuirão para uma visão mais ampla do cosmos.

Com novas tecnologias e métodos, os astrônomos esperam desvendar não apenas os mistérios da energia escura, mas também um entendimento mais amplo do Universo. “Estamos tentando desvendar muitas coisas diferentes”, conclui Alexie Leauthaud, cosmóloga da Universidade da Califórnia.

Leia a matéria na integra em: www1.folha.uol.com.br

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