Pacientes sem leitos enfrentam dificuldades e se acomodam no chão de hospital: a situação crítica em uma unidade de saúde no Ceará

A situação na rede pública de saúde em Fortaleza atinge níveis alarmantes. O Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, popularmente conhecido como Hospital de Messejana, tem se tornado um cenário de desespero, onde pacientes e acompanhantes se veem obrigados a dormir no chão devido à falta de leitos disponíveis. A denúncia foi feita ao Diário do Nordeste, revelando as condições precárias enfrentadas pela população.

Este hospital é especializado no tratamento de doenças cardíacas e pulmonares e, conforme testemunhos, muitos idosos têm se acomodado no chão em decorrência da escassez de poltronas e da longa espera pela transferência para outras unidades da rede estadual. Em uma declaração comovente, uma filha de paciente relatou que seu pai, de 62 anos, ficou três dias em uma cadeira à espera de atendimento adequado para uma obstrução nas veias coronárias.

Pacientes improvisam acolchoamentos em cadeiras de plástico para descansar os pés
Legenda: Pacientes improvisam acolchoamentos em cadeiras de plástico para descansar os pés | Foto: Reprodução

Além da falta de leitos, a filha do paciente reiterou que a situação se agrava com a ausência de medicação adequada. “Ele está nas cadeiras da recepção e não tem recebido a insulina que precisa”, afirmou a denunciante, que optou por não se identificar.

Resposta do Hospital

Diante da gravidade da situação, o Diário do Nordeste entrou em contato com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) para esclarecer o número de leitos ocupados no Hospital de Messejana e se a unidade enfrenta superlotação. O hospital não forneceu dados específicos sobre a capacidade, mas destacou que monitora as altas diariamente para facilitar as internações e realiza transferências de pacientes com menor complexidade para unidades parceiras.

A instituição informou que atende cerca de quatro mil pacientes na emergência todos os meses e internam mais de mil pessoas. “Nenhuma pessoa é orientada a deitar-se no chão”, afirmou a Secretaria em resposta à reportagem.

491

É o total de leitos de internação do Hospital de Messejana, sendo 70 deles destinados à Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Preocupações dos Médicos

O Sindicato dos Médicos do Ceará tem acompanhado a situação no hospital e alerta para a gravidade do problema. “O hospital realmente está superlotado. Temos pacientes gravíssimos, em estágios avançados, sendo assistidos em cadeiras por falta de macas”, declarou o presidente do sindicato, Edmar Fernandes.

O Hospital de Messejana, gerenciado pela Sesa, atende pacientes de todo o estado e até de outras regiões do Brasil.

Ainda segundo Edmar, a falta de estrutura não só prejudica o atendimento aos pacientes, mas também coloca em risco a saúde dos acompanhantes, já que o contato próximo com o enfermo pode levar a infecções hospitalares. “Se a higiene é fundamental para o sucesso de um tratamento, deitar no chão aumenta as chances de contaminação”, ressaltou.

O presidente do sindicato aponta a necessidade urgente de otimizar a regionalização da saúde, sugerindo a abertura de mais hospitais de referência no interior do estado e investimentos em cuidados preventivos, especialmente em relação ao envelhecimento populacional.

>> Siga-nos em nosso canal no WhatsApp para estar sempre atualizado com as principais notícias.

Leia a matéria na integra em: diariodonordeste.verdesmares.com.br

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Menu