Protesto em Belo Horizonte Indica Resistência Contra a Terceirização do Hospital Maria Amélia Lins
Belo Horizonte, 25 de março de 2025 – Nesta terça-feira, membros do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde) se reuniram em frente ao Hospital Maria Amélia Lins, situado no Bairro Santa Efigênia, em um ato de protesto contra a terceirização da unidade que foi anunciada no dia 7 de março.
Após um fechamento que durou cerca de dois meses em seu bloco cirúrgico, a administração do hospital anunciou a retomada das cirurgias eletivas sob o programa “Opera Mais”. O edital da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) foca na seleção de consórcios públicos que irão gerenciar os serviços do hospital. O resultado desse processo é esperado para o dia 15 de abril, enquanto o atendimento continuará sendo oferecido exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Imagens e vídeos compartilhados pelo Sind-Saúde demonstraram a grande mobilização em torno do hospital, onde manifestantes seguravam cartazes com mensagens como “A saúde não está à venda” e “Contra a privatização”, em defesa da continuidade dos serviços no Hospital Maria Amélia Lins.
A diretora executiva do Sind-Saúde, Neuza Freitas, destacou que os trabalhadores estão em negociações sobre a transferência dos pacientes para a rede privada. No entanto, segundo ela, a informação sobre essa decisão chegou aos servidores de forma abrupta. “Na segunda-feira, o Conselho Regional de Enfermagem alertou que profissionais têm enfrentado coação e assédio para assinar pedidos de remoção, com a intenção de desfalcar a unidade”, afirmou.
Neuza ressaltou que a mobilização teve como objetivo chamar a atenção da sociedade para a relevância do Hospital Maria Amélia Lins. “Com 77 anos de história, e sendo o primeiro hospital pronto-socorro de Belo Horizonte, nunca recebeu a visibilidade que merece. Agora, com o fechamento dessa unidade, que é responsável pela ‘segunda etapa’ de cirurgias de emergência realizadas no Hospital João XXIII, estamos presenciando um caos na saúde em Minas Gerais”, comentou.
A diretora também revelou que o sindicato protocolou um pedido de liminar no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) para suspender o edital que foi publicado. “Já estamos tomando medidas legais para interromper todos os processos referentes a editais. Nosso objetivo é assegurar dignidade tanto para os trabalhadores quanto para os usuários do SUS”, concluiu.
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