Rumble Reativa Operações no Brasil e Eduardo Lança Novo Projeto de Transmissão – 08/02/2025

Rumble Retorna ao Brasil Após Suspensão

Na noite deste sábado (8), a plataforma de vídeos Rumble anunciou seu retorno ao Brasil, gerando expectativa entre influenciadores e usuários. A decisão vem após um período de incertezas, uma vez que, em dezembro de 2023, o CEO e fundador da plataforma, Chris Pavlovski, havia declarado a suspensão do acesso ao serviço no país. A justificativa, segundo ele, era a ordem de desativação de perfis de criadores da plataforma, embora uma eventual apelação às decisões também tivesse sido mencionada.

Uma Alternativa ao YouTube

Criada em 2013, a plataforma se apresenta como uma alternativa ao YouTube, promovendo a ideia de “livre discurso” e propondo menos regulamentações quanto à moderação de conteúdo. Desde 2022, o Rumble vinha conquistando espaço no Brasil, especialmente entre influenciadores que se identificam com pautas conservadoras.

Na mesma noite do anúncio de retorno, Pavlovski publicou um tuíte afirmando que o Rumble poderia retornar ao Brasil e prometeu a divulgação de mais informações em breve. Coincidindo com essa publicação, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez um post promovendo o canal do influenciador Allan dos Santos na plataforma, reforçando a conexão da rede social com figuras do cenário político.

Allan dos Santos: Um Nome Controverso

A conta do programa Terça Livre estava ativa na plataforma na referida noite. Allan dos Santos, marcado por um histórico conturbado com a Justiça, é considerado foragido desde 2021, quando teve sua prisão preventiva decretada no âmbito do inquérito de fake news.

Em suas redes sociais, Eduardo Bolsonaro falou sobre a reativação dos programas diários do Terça Livre, incentivando seus seguidores a baixarem o aplicativo do Rumble e, assim, “fuja da imprensa manipuladora”, ameaçando uma narrativa de cerceamento à liberdade de expressão.

O Inquérito das Fake News

No contexto do inquérito em andamento, Allan dos Santos enfrenta acusações de calúnia, injúria e difamação. O relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, no final de janeiro, a suspensão de contas em redes sociais relacionadas à Revista Timeline, associada a Allan dos Santos e a outros influenciadores, como Luís Ernesto Lacombe e Max Cardoso. Essa decisão faz parte do processo que corre sob sigilo.

Recentemente, as redes sociais do influenciador Bruno Aiub, conhecido como Monark, foram liberadas por Moraes. O Rumble estava entre as plataformas em que Monark enfrentava restrições.

Rumble e a Liberdade de Expressão

Pavlovski já havia sido ouvido em uma audiência no Congresso dos Estados Unidos onde discutiu questões de liberdade de expressão e alegou que os bolsonaristas estavam sendo alvo de perseguições e censura judicial. Esta audiência aconteceu em um clima de críticas direcionadas ao ministro Moraes, que é visto por muitos como um símbolo dos entraves à liberdade de expressão.

Vale destacar que, no fim de novembro do ano passado, o CEO do Rumble foi fotografado com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e com Elon Musk, atual proprietário do Twitter. Na legenda da imagem, ele escreveu: “Liberdade de expressão salva”, enfatizando a linha editorial da plataforma.

Repercussão do Retorno

O retorno do Rumble ao Brasil gerou reações nas redes sociais. Políticos e personalidades identificados com o bolsonarismo têm expressado apoio à volta da plataforma, que se posiciona como um espaço livre para opiniões conservadoras.

Além disso, a visita de uma delegação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que chega ao Brasil neste domingo (9), para investigar a liberdade de expressão no país, também promete influenciar as discussões em torno do tema. Eles têm agendados encontros com figuras ligadas ao bolsonarismo que são alvos de inquéritos do STF.

Leia a matéria na integra em: www1.folha.uol.com.br

Menu