O Brasil se consolidou como uma potência no surfe mundial, com diversos atletas de elite disputando os principais títulos. No entanto, o surfista Caio Ibelli expressou sua preocupação com o futuro da modalidade no país, principalmente com a possibilidade de aposentadoria de nomes como Gabriel Medina e Ítalo Ferreira.

Em entrevista ao programa Surf 360º, Caio compartilhou sua visão sobre o cenário do surfe nacional nos próximos anos. Apesar de reconhecer o potencial da nova geração, ele acredita que a falta dos grandes ídolos pode representar um desafio para o Brasil manter seu domínio. O atleta também comentou sobre o comportamento competitivo de Ítalo Ferreira.

“Eu sinto que o surfe brasileiro vai ficar sinistro quando Gabriel Medina, Filipe Toledo e Ítalo Ferreira pararem. Eu falo desses caras porque eles dominam o Tour há anos. Quando o Gabriel parar, acho que Filipe para. Quando o Filipe parar, acho que o Ítalo vai tentar ganhar mais que os dois só porque ele é muito competitivo”, afirmou Ibelli.

Além disso, Ibelli destacou que, mesmo com bons nomes surgindo, nenhum deles parece ter o mesmo impacto imediato dos astros que consagraram o Brasil nas últimas temporadas. “Hoje tem bastante atleta bom, mas não vejo ninguém como o Gabriel Medina foi na época dele. Temos uma nova geração no Brasil, com Matheus Jhones e Arthur Vilar, eles são promissores, mas a caminhada dos 10 aos 18 anos é longa”, ponderou.

Com 31 anos, Caio Ibelli se mantém como um dos representantes brasileiros no circuito mundial, tendo conquistado, em 2022, a oitava posição no ranking. Em 2017, ele foi vice-campeão na renomada etapa de Bells Beach, sendo superado por Jordy Smith na decisão.

Ítalo Ferreira lidera o ranking atual

Após três etapas do circuito mundial da WSL 2025, Ítalo Ferreira ocupa a liderança com 23.885 pontos. O brasileiro tem demonstrado consistência e se destacou ao conquistar o título em Abu Dhabi, na segunda etapa do ano.

Yago Dora aparece como o brasileiro mais próximo, ocupando a quarta posição com 15.010 pontos. Curiosamente, foi ele quem venceu Ítalo na etapa de Peniche, subindo 11 posições no ranking após essa final.

Outros nomes brasileiros no Top 20 incluem Filipe Toledo, Miguel Pupo e Ian Gouveia. Importante lembrar que, após a sétima etapa, ocorre o primeiro corte da temporada, reduzindo o número de atletas para 22.

Gabriel Medina como referência

Gabriel Medina foi o primeiro brasileiro a conquistar um título mundial, em 2014. Subsequentemente, ele voltou a vencer em 2018 e 2021, tornando-se tricampeão. Nomes como Adriano de Souza, Ítalo Ferreira e Filipe Toledo (duas vezes) também contribuíram para colocar o Brasil no topo do surfe mundial.

No ano de 2024, Medina alcançou um novo marco ao conquistar sua primeira medalha olímpica, o bronze, nos Jogos de Paris, após vencer o peruano Alonso Correa na disputa pelo terceiro lugar, no Taiti.

Ainda que esteja em um momento abaixo de seu auge, aos 31 anos, Medina continua a ser uma grande referência no esporte. Atualmente, ocupa a 35ª posição no ranking e precisa se recuperar para entrar no Top 22 e seguir na disputa. Embora enfrente desafios, pouco se duvida da capacidade do tricampeão em reagir nas próximas etapas.