Donald Trump Indica Casey Means como Cirurgiã Geral dos EUA
WASHINGTON — O presidente Donald Trump anunciou a indicação de Casey Means, uma médica que se tornou influenciadora no setor de bem-estar, para assumir o cargo de Surgeon General, que é muitas vezes descrito como o “médico da nação”. Means possui uma relação próxima com o secretário de Saúde e Serviços Humanos Robert F. Kennedy Jr. e é conhecida por suas visões inovadoras sobre saúde pública.
A função de cirurgião-geral envolve a supervisão de aproximadamente 6 mil membros do Corpo de Saúde Pública dos Estados Unidos, permitindo que a pessoa indicada emita alertas sobre ameaças à saúde pública. Trump elogiou Means, afirmando que sua seleção é baseada em “credenciais ‘MAHA’ impecáveis”, um acrônimo para o slogan “Make America Healthy Again” (“Torne a América Saudável Novamente”). O presidente destacou seu compromisso em erradicar doenças crônicas e melhorar o bem-estar da população.
“Seus feitos acadêmicos e o trabalho ao longo de sua carreira são verdadeiramente extraordinários,” declarou Trump. “A Dra. Casey Means tem potencial para se destacar como uma das melhores Surgeon Generals da história dos EUA.”
Anteriores escolhas de Trump para o cargo, como a médica Janette Nesheiwat, foram suspendidas após críticas, incluindo pressão da ativista de direita Laura Loomer, que envolveu a saída de vários membros do Conselho de Segurança Nacional.
Means tem laços próximos com Robert F. Kennedy Jr., tendo atuado na sua campanha presidencial. Ela e seu irmão, Calley Means, que é conselheiro na Casa Branca, facilitaram o apoio a Trump após sua saída da corrida eleitoral.
Embora Means tenha se formado em Stanford, não possui experiência em cargos governamentais. Ela abandonou o programa de residência em cirurgia, alegando desilusão com a medicina tradicional, e fundou uma empresa de tecnologia em saúde que monitora níveis de açúcar no sangue, além de comercializar suplementos e produtos de bem-estar.
Em suas entrevistas e publicações, Casey e seu irmão estabelecem uma conexão entre as influências da indústria alimentícia e os problemas de saúde nos EUA. Eles acusam conglomerados alimentares de viciar a população em diets não saudáveis, resultando em um aumento no uso de medicamentos para lidar com condições como obesidade e diabetes.
Embora muitos especialistas concordem que a dieta americana baseada em alimentos ultraprocessados contribui para a obesidade e problemas de saúde relacionados, Casey amplia o debate, ligando alimentação e estilo de vida a condições como infertilidade, Alzheimer e depressão.
“Quase todos os sintomas crônicos tratados pela medicina ocidental são consequência do modo de vida que adotamos,” afirmou Means em um livro de 2024 coautorado com seu irmão.
No entanto, alguns especialistas criticam essa visão. Gabby Headrick, pesquisadora em nutrição da Universidade George Washington, ressalta que “a questão é muito mais complexa do que simplesmente responsabilizar os ultraprocessados por doenças crônicas nos EUA.”
Means, além de crítica ao sistema médico tradicional, conquistou seguidores ao promover alimentos naturais e mudanças de hábitos como caminhos para reverter problemas de saúde como obesidade e diabetes.
Em relação às vacinas, ela declarou apoio a um exame mais rigoroso sobre os “efeitos cumulativos” e à diminuição das proteções legais para incentivá-las. “Evidências crescentes sugerem que o crescente calendário vacinal está impactando a saúde de crianças vulneráveis,” ressaltou, suscitando preocupações entre especialistas em saúde infantil que advogam pela manutenção das imunizações recomendadas para evitar surtos de doenças infecciosas.
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