Unicamp Implementa Cotas para Pessoas Trans, Travestis e Não Binárias
Na tarde do dia 1º de outubro, o Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovou de forma unânime a implementação de um sistema de cotas direcionadas a pessoas trans, travestis e não binárias. Essa decisão visa assegurar a inclusão de vestibulandos que desejam ingressar na instituição por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ao invés da tradicional prova realizada pela Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest).
Detalhes das Reservas de Vagas
Os novos critérios de admissão estabelecem que, para os cursos que oferecem até 30 vagas regulares, pelo menos uma vaga —seja ela regular ou adicional— deverá ser reservada para o público mencionado. Para cursos com 30 ou mais vagas, duas vagas devem ser reservadas para pessoas que se autodenominam trans. Caso os cursos decidam não criar vagas adicionais, esses espaços serão descontados do número de matrículas destinadas à ampla concorrência pelos candidatos que se inscrevem via Enem.
Especificamente para os cursos que reservam duas vagas, uma delas deve ser preenchida por um aluno que se identifica como trans, além de ser preto, pardo ou indígena.
Participação e Inclusão
As vagas destinadas a este grupo serão anunciadas no edital do processo seletivo do Enem-Unicamp, permitindo a participação tanto de candidatos oriundos de escolas públicas quanto de instituições particulares.
A adesão ao programa não se restringe apenas à autodeclaração. Os candidatos aprovados deverão apresentar um relato de vida pessoal, que será analisado por uma comissão de verificação, garantindo assim a transparência e a efetividade da política de inclusão.
Elaboração da Proposta
A proposta aprovada foi formulada com a colaboração de diversos movimentos sociais, como o Ateliê TransMoras, localizado nas moradias estudantis da Unicamp, e o Núcleo de Consciência Trans (NCT), além da participação de discentes e da reitoria da instituição. Após cinco anos da abertura das primeiras vagas, uma análise dos resultados dessa política será realizada, permitindo ajustes e aprimoramentos conforme necessário.
Essa nova medida da Unicamp é um passo significativo em direção à inclusão e à diversidade dentro do ambiente acadêmico, refletindo um compromisso com a igualdade de oportunidades para todos os estudantes.
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