O ouro, reconhecido como um dos metais mais valiosos do mundo, vai além de seu uso em joias e cofres. Este metal precioso está presente em dispositivos eletrônicos que usamos diariamente, escondido em locais inesperados.
Pesquisadores da ETH Zurich, na Suíça, desenvolveram uma técnica inovadora para extrair ouro de forma sustentável, e o segredo dessa abordagem surpreendente envolve um ingrediente inusitado: o queijo.
Por que há ouro nos seus eletrônicos?
O ouro é utilizado em eletrônicos devido à sua excepcional capacidade de conduzir eletricidade e à sua resistência à corrosão. Ele pode ser encontrado em placas de circuito, celulares, computadores e até mesmo em micro-ondas.
Ainda que cada aparelho contenha apenas uma quantidade reduzida de ouro, o descarte inadequado desses dispositivos resulta na perda de toneladas desse valioso metal a cada ano. Em 2023, foram descartadas 53 milhões de toneladas de lixo eletrônico, um número alarmante que contribui para a poluição ambiental, enquanto recursos valiosos se perdem.
Queijo + lixo eletrônico = ouro reciclado
Os cientistas descobriram que as proteínas presentes no soro do leite, um subproduto da fabricação de queijo, podem ser transformadas em uma “esponja” capaz de filtrar ouro. O processo, que combina eficiência com sustentabilidade, reside em algumas etapas:
- Transformação da proteína → As proteínas do soro do leite se transformam em uma esponja após tratamento químico.
- Dissolução dos componentes → Placas de circuito são dissolvidas em ácido, liberando metais preciosos.
- Filtragem seletiva → A esponja captura apenas o ouro, separando-o de outros metais.
- Recuperação do metal → O ouro é purificado e convertido em pepitas de 22 quilates (91% de pureza).
O resultado é impressionante: com apenas 10 placas de circuito, os pesquisadores conseguiram extrair ouro avaliado em R$ 170 mil, levando em conta a cotação atual.
Por que não tentar isso em casa?
Ainda que essa técnica pareça uma estratégia acessível de “garimpo” de ouro, o método envolve o uso de ácidos perigosos e altas temperaturas, necessitando de controle especializado. O objetivo da pesquisa não é incentivara experimentação caseira, mas sim estabelecer uma solução industrial sustentável para reduzir o lixo eletrônico e recuperar metais preciosos.
Essa abordagem abre portas para a economia circular, onde resíduos podem ser transformados em recursos. No futuro, é possível que centros de reciclagem passem a utilizar métodos similares para extrair ouro, prata e outros metais de forma limpa e eficiente.
Enquanto isso, se você possui eletrônicos antigos, a melhor prática continua sendo o descarte responsável em pontos de reciclagem. Quem sabe, no futuro, esses resíduos não se transformem em ouro?
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